Publicado em 27/02/2019 às 12h46.

Racismo, a praga moral que não nos deixa, pautou a Assembleia

É certo que não se vê brancos recebendo o tratamento dispensado a Crispim Terral

Levi Vasconcelos
Foto: reprodução/Facebook
Foto: reprodução/Facebook

 

Num dia de terça-feira de uma semana carnavalesca em que a Assembleia funciona mais para cumprir o protocolo, o caso Crispim Terral pautou a agenda oficial e também o tititi.

Pequeno empresário do ramo de telefonia foi tirado a força da agência da Caixa no Relógio de São Pedro, após receber uma gravata dos PMs, a pedido do gerente chamado João Paulo. No vídeo gravado pela filha de Crispim, de 15 anos, se vê uma cena brutal. Com as palavras do gerente de que só vai (para a delegacia) “com esse tipo de gente se ele for algemado”.

Caso típico

O caso, ocorrido no dia 19 último, virou escândalo. Olívia Santana (PCdoB), integrante da Comissão de Promoção da Igualdade, pediu o encaminhamento do caso ao Ministério Público, aprovado por unanimidade:

— O que se viu ali foi um caso típico de racismo, sem nenhuma sombra de dúvida.

Óbvio que o caso será apurado, mas é certo que não se vê brancos recebendo o tratamento dispensado a Crispim. Que parece racismo, é certo como sem dúvida.

Lamentável. Se busca uma sociedade de respeito amplo, no trato da coisa pública, no ato de lidar com as diferenças culturais, religiosas, de gênero e opções individuais. O contraponto é o tempo das cavernas. O racismo se inclui aí, um atraso que incrustou-se na alma da humanidade e resiste aos avanços da civilidade.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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