Publicado em 21/05/2019 às 10h26.

Reforma da Previdência vai ter que mudar. Do jeito que está, não passa

Em suma, a reforma vai, mas não como o governo quer

Levi Vasconcelos
Foto: Carol Garcia/Gov-BA
Foto: Carol Garcia/Gov-BA

 

No almoço ontem com jornalistas, ao ser abordado sobre a reforma da Previdência em tramitação na Câmara, Rui Costa foi curto e grosso:

— Não topo discutir se isso (a capitalização) continuar. Não tem nenhum país relevante que tenha adotado esse modelo. Não há como conceber previdência nestas bases. É incoerente e socialmente absurda a proposta.

A posição de Rui reflete o pensamento da grande maioria, segundo os deputados baianos em Brasília. Ontem, na audiência que a Comissão Especial de Reforma da Previdência realizou na Assembleia, o presidente Marcelo Ramos (PR-AM), referendou a tese.

Desconstitucionalização

Segundo Marcelo, vários partidos que formam a maioria de dois terços na Câmara já sinalizaram que são contra pontos como capitalização, mudanças no Benefício da Prestação Continuada (BPC), alteração nas aposentadorias de trabalhadores rurais e professores e também na desconstitucionalização (prevê a retiradas de garantias previdenciárias da Constituição para submetê-las a leis ordinárias, que podem mudar com maioria simples):

— Isso não impede que o governo atinja os seus objetivos. Ele quer poupar R$ 1 trilhão. O BPC e os trabalhadores rurais e professores custam R$ 140 bilhões. A desconstitucionalização e a capitalização não têm impacto financeiro.

Em suma, a reforma vai, mas não como o governo quer.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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