Publicado em 28/08/2017 às 08h25.

Região cacaueira aposta em produção de chocolate de alta qualidade

No embalo dos novos tempos, a empresa do grupo de Guilherme Leal, um dos donos da Natura, paga bônus aos produtores que variam de 70% a 100% do valor de mercado

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“A esperança é o sonho do homem acordado.”
Aristóteles, filosófo grego da antiguidade (384 a.C. – 322 a.C.)

Foto: Divulgação/ GOVBA
Foto: Divulgação/ GOVBA

 

A região do cacau, que já representou 60% do PIB baiano e mergulhou no abismo 29 anos atrás, quando a vassoura de bruxa fulminou os cacauais, como a fênix, ressurge das cinzas também puxada pelo cacau.

Óbvio que nada nos moldes de antes. Quem pensa em um revival do tempo da pujança que tinha como emblema os coronéis, vai ter que se contentar em ler os livros de Jorge Amado.

Os novos horizontes se descortinam pelo oposto, a finest: a produção de chocolate de primeiríssima linhagem. Marcos Lessa, o criador do Festival do Chocolate, contabiliza mais de 40 marcas. No embalo dos novos tempos, a Dengo Chocolate, empresa do grupo de Guilherme Leal, um dos donos da Natura, está pagando bônus aos produtores que variam de 70% a 100% do valor de mercado, se a qualidade for VIP.

Lá se fala que Guilherme cogita abrir uma loja na Quinta Avenida, em Nova Iorque, só para vender chocolate baiano.

Disso resulta que a região vê uma enxurrada de investidores chegando ou netos e bisnetos de coronéis querendo garantir vaga no filão.

A âncora científica

A ancoragem científica vem do Centro de Inovação do Cacau, inaugurado semana passada em Ilhéus, abrindo os trabalhos do Parque Científico e Tecnológico do Sul da Bahia, fundado em 2015 e que reúne uma série de associações, puxados pela Universidade Federal do do Sul da Bahia (UFRB) e Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc).

A missão principal do CIC é certificar a qualidade que a Dengo tanto quer, assegurando a qualidade das amêndoas com a realização de exames laboratoriais que vão detectar quaisquer problemas nos cacauais.

Isso se completa com a remodelação da Ceplac, que vem sendo gestada pelo diretor geral da instituição, Juvenal Maynart. As alternativas serão anunciadas agora no início de setembro.

Agronegócio em pauta

A Comissão de Agricultura da Assembleia vai fazer longo périplo pelo interior para discutir os diversos segmentos da cadeia produtiva do agronegócio. Vai começar pelo cacau, em Ilhéus, dia 28 setembro.

Estão na fila sisal, grãos, mandioca, carne e frutas.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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