Publicado em 25/06/2016 às 15h40.

Relatório da PF mostra que Jucá alterou MP para favorecer Gerdau

A informação consta em reportagem deste sábado, 25, do jornal Folha de São Paulo

Hieros Vasconcelos
 (Foto: Antônio Cruz/ABr)
Foto: Antônio Cruz/ABr

 

Um relatório da Polícia Federal no âmbito da Operação Zelotes aponta que o senador Romero Jucá (PMDB-RR) alterou a Medida Provisória 627 de 2013 para favorecer o Grupo Gerdau. A informação consta em reportagem deste sábado (25)  do jornal Folha de São Paulo.

O texto, do qual Jucá era relator, trazia mudanças em regras de tributação de lucros de empresas no exterior. De acordo com a reportagem, o projeto foi aprovado com pelo menos uma alteração sugerida pela Gerdau. Também estariam envolvidos os deputados Alfredo Kaefer (PSL-PR) e Jorge Côrte Real (PTB-PE).

O deputado Jorge Côrte Real disse ter sido pego de surpresa com a citação do seu nome no relatório da PF. O documento cita uma emenda à MP 627 apresentada por Real. “Minha proposta apenas concedia o prazo de 30 dias para adesão ao sistema proposto pela MP. Isso atendia o interesse geral, não de uma companhia em especial”, disse.

Também citado no documento, Alfredo Kaefer diz que a emenda que apresentou atende a pedido que havia sido feito pela Confederação Nacional da Indústria. “Minha atuação parlamentar é marcada pela preocupação em apresentar propostas importantes para o setor industrial. Sempre fui o interlocutor de empresas para assuntos tributários”, disse. “Uma rápida pesquisa demonstra o que digo.” Ele afirmou ter encontrado poucas vezes o presidente do Conselho de Administração do grupo Gerdau, Jorge Johannpeter Gerdau. “Por um azar, uma pessoa da empresa passou no gabinete, elogiando minha emenda, e pegou o cartão do meu assessor. É só”. Ele disse não se lembrar do teor da emenda, mas acrescenta que ela não foi, sequer, aprovada.

A Gerdau afirmou que participou “de forma legítima e em conformidade com a legislação brasileira” de discussões sobre a bitributação de lucros provenientes do exterior. Segundo a companhia, o debate foi liderado por entidades de classe e em conjunto com outras empresas de atuação internacional.

O senador Romero Jucá não atendeu as ligações da reportagem. A assessoria de imprensa do parlamentar também tentou fazer o contato, mas não conseguiu localizá-lo.

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