Publicado em 23/03/2017 às 11h55.

Rui diz que Pinheiro não falou sobre saída e promete não interferir em filiação

“Não estamos discutindo chapa ainda não. A eleição é só no final do segundo semestre do ano que vem. As regras podem mudar", considerou o governador

Evilasio Junior
Foto: Manu Dias/ GOVBA
Foto: Manu Dias/ GOVBA

 

O governador Rui Costa (PT) afirmou, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (23), após vistoria às obras complementares do Metrô de Salvador na Avenida Paralela, que não foi comunicado pelo senador licenciado Walter Pinheiro (sem partido) sobre a sua intenção de deixar a Secretaria Estadual de Educação até o final do ano.

Em entrevista recente, o ex-petista confirmou que irá iniciar as negociações para escolher uma nova legenda entre julho e setembro – prazo-limite para filiação determinado pela atual legislação eleitoral aos candidatos em 2018 –, cuja preferência é o PSD, e admitiu a possibilidade de voltar ao Congresso antes de janeiro. “A mim ele não falou isso não”, despistou Rui, aos risos, ao ser abordado sobre o assunto pelo bahia.ba.

Sobre a escolha da legenda, o chefe do Executivo baiano prometeu deixar o aliado à vontade. “Isso aí ele conversou comigo. Disse que estava refletindo sobre a filiação partidária dele. É uma reflexão dele, eu não vou interferir. No momento em que ele tiver chegado à conclusão, ele vai informar a vocês e informar a mim da decisão. Isso ele comentou, mas a data de saída dele da secretaria ele não comentou comigo. Eu acho que ele tem muito trabalho para fazer”, disse o governador, ao listar “uma sequência de agendas na Educação”, que inclui a abertura do programa Escolas Culturais, um conjunto de editais para mais de 300 obras e a construção de cerca de 20 escolas novas, entre abril e maio.

Em relação à formação da sua chapa à reeleição, se terá Pinheiro como postulante à renovação do mandato no Senado, o petista mantém o argumento de que “é cedo” para especular a composição.

“Não estamos discutindo chapa ainda não. A eleição é só no final do segundo semestre do ano que vem. Nós ainda temos toda uma legislação eleitoral. As regras podem mudar. Vai ter coligação? Não vai ter coligação? Partido pequeno vai continuar existindo ou não vai continuar existindo? Vai ter tempo de TV para partido que não tem representação na Câmara? Então, isso tudo pode interferir na filiação, não só de Pinheiro, mas de todos os deputados atuais, federais e estaduais. Pode ter uma grande reacomodação, a depender da legislação que vier”, ponderou.

Rui Costa também criticou o atual sistema político nacional e citou a visita de representantes dos parlamentos do Canadá e da Alemanha para comparar o Brasil com o Haiti, único país à frente no número de legendas. “Eles voltaram perplexos com a estrutura partidária brasileira. […] Isso aqui não tem chance de dar certo. Não há condição de governabilidade com 30 partidos na Câmara”, considerou.

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