Publicado em 15/11/2018 às 21h00.

Saída de Cuba pode afetar mais de 28 milhões de pessoas, alerta CNM

Confederação dos Municípios diz que saída do Programa Mais Médicos pode significar "estado de calamidade pública"

Juliana Almirante
Foto: Lula Marques/ agência PT
Foto: Lula Marques/ agência PT

 

O presidente da Confederação Nacional de Municípios Glademir Aroldi afirmou, em nota à imprensa, que a saída de médicos cubanos do programa Mais Médicos pode significar “estado de calamidade pública” e, por isso, precisa de recuperação em curto prazo. Ele alerta que a falta dos profissionais podem afetar mais de 28 milhões de pessoas.

“A presente situação é de extrema preocupação, podendo levar a estado de calamidade pública, e exige superação em curto prazo. Nesse sentido, a CNM aposta no diálogo entre as partes para os médicos cubanos permanecerem no país pelo menos até o final deste ano ou, se possível, por tempo maior a ser acordado entre os dois países”, diz o representante de prefeituras.

Segundo ele, a entidade já buscou em Brasília o atual governo e o governo de transição de Jair Bolsonaro para que, em conjunto, “fosse possível adotar medidas que garantam a manutenção dos serviços de atenção básica de saúde”.

A nota cita dados da Organização Panamericana da Saúde (OPAS), que informa que 8.500 médicos cubanos atuam na Estratégia Saúde da Família e na Saúde Indígena. “Esses profissionais estão distribuídos em 2.885 municípios, sendo a maioria nas áreas mais vulneráveis, como o norte do país, o semiárido nordestino, as cidades com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), as terras indígenas e as periferias de grandes centros urbanos”, diz o comunicado.

“Entre os 1.575 municípios que possuem somente médico cubano do programa, 80% possuem menos de 20 mil habitantes. Dessa forma, a saída desses médicos sem a garantia de outros profissionais pode gerar a desassistência básica de saúde a mais de 28 milhões de pessoas”, alerta.

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