Publicado em 20/01/2017 às 20h20.

Secretário defende avanço no projeto de arborização de Salvador

Apesar do que alega André Fraga, responsável pela pasta, a Secis, responsável pelo plano, recebeu o terceiro menor índice de investimento em 2016, com R$ 16,2 milhões

Fernanda Lima
Foto: Jefferson Peixoto/ Secom PMS
Foto: Jefferson Peixoto/ Secom PMS

 

Responsável pelo projeto de florestamento de Salvador, a Secretaria Cidade Sustentável (Secis), criada em 2013 pelo prefeito ACM Neto (DEM), pretende lançar até o final de março um Manual de Arborização. À época, o democrata almejava a meta de implantar 100 mil árvores até o final do seu primeiro mandato, em 2016 – apenas 53.640 saíram do papel.

André Fraga, secretário da pasta e engenheiro ambiental,  contou ao bahia.ba que o projeto visa trazer mais detalhes técnicos sobre como a arborização deve ser realizada. “O manual é um complemento ao Plano de Arborização e vai orientar tanto os cidadãos quanto os agentes responsáveis pela poda e plantação (da Secretaria de Manutenção do Município (Seman) de árvores”, falou.

O gestor contou ainda que os novos projetos arquitetônicos da capital terão que possuir uma árvore em seu planejamento. “As novas calçadas precisarão ser arborizadas e, assim, cumprir o manual”, disse.

Fraga rechaçou as críticas à quantidade de podas realizadas na capital baiana – 240 mil em 4 anos. “Muita gente desconhece a gestão da árvore. A erva de passarinho, por exemplo, é um problema que só a poda pode tratar. Não há outra forma de fazê-lo”, defendeu. O secretário utilizou o exemplo de São Paulo para justificar as ações de corte de árvores em Salvador. “Lá, quando chove, caem 200, 300 árvores. Aqui não temos isso, as árvores não caem”, finalizou.

O episódio no Gantois, na Federação, que teria derrubado dez árvores do local, conforme afirmou Débora Didonê, foi negado por Fraga. “Nenhuma árvore foi derrubada. O que tinha no local eram mudas que foram transplantadas para outro lugar. Aliás, eram mudas exóticas, que não deveriam estar ali”, afirmou.

André Fraga defendeu que o projeto de arborização tem “avançado bastante na cidade”, apesar do número de críticas da população que, segundo ele, “gosta de compartilhar ‘fotinha’ de árvore feia, sem entender o processo de poda”.

Apesar do crescimento alegado pelo secretário, em consulta à plataforma da Secretaria Municipal de Gestão (Semge), a reportagem apurou que a Secretaria Cidade Sustentável recebeu o terceiro menor índice de investimento em 2016, com R$ 16,2 milhões – atrás apenas da Secretaria Municipal da Reparação (Semur), com 5,7 milhões, e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Emprego (Sedes), com R$ 15.763.000. Enquanto isso, a Secretaria Municipal de Urbanismo (Sedur), por exemplo, recebeu o montante de R$ 93,8 milhões.

Vale ressaltar que, desde que foi criada, este foi o segundo menor investimento recebido pela pasta. Em 2014, foram 22,3 milhões e, no ano seguinte, R$ 12,4 milhões.

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