Publicado em 04/04/2017 às 10h04.

Temer, acuado pela Lava Jato e Justiça Eleitoral, complica o Brasil

Dê no que der, o resultado não será bom. A operação já detonou a Petrobras, a Odebrecht, a OAS, Dilma e a reputação dos políticos

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Nunca se deve deixar prosseguir uma crise para escapar a uma guerra, mesmo porque dela não se foge, mas apenas se adia para desvantagem própria

Nicolau Maquiavel, historiador italiano, considerado o pai da ciência política (1469-1527)

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

A Justiça Eleitoral está em uma sinuca de bico. Se agir com o rigor que sempre adotou contra governadores e prefeitos, cassa Michel Temer, jogando gás na já complicada situação política nacional. Se não, cai no descrédito, depois de ter firmado jurisprudência de que titular e vice formam uma chapa inseparável, o voto de Chico, seja lá como tenha sido obtido, é o mesmo de Francisco (no caso, Dilma e ele ou vice-versa).

Dê no que der, o resultado não será bom, qualquer que seja. A Lava Jato já detonou a Petrobras, a Odebrecht, a OAS, Dilma, a reputação dos políticos, deixa Temer acuado e põe o Brasil em um beco cuja saída está a exigir uma procura cronificada. Ninguém sabe, ninguém aponta e ninguém viu.

Bom seria se Temer, durante um gesto de grandeza, usasse a sua influência no Congresso para forjar uma convocação de eleições já. Como isso não vai acontecer, o beco fica.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.