Publicado em 21/06/2016 às 09h27.

Temer distribui bondades: dá dinheiro e acena com a revisão do Pacto

No meio da solenidade, ele disse que o socorro emergencial foi dado e que adiante faria "a grande reforma do pacto federativo’"

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Em vez de dar a um político as chaves da cidade, seria melhor trocar as fechaduras”

Doug Larson, jornalista norte-americano (1926)

(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil).

 

Mais que o fato, postergar a cobrança dos R$ 50 bilhões que os estados devem, valeu o simbolismo do ato, o aceno da grande bondade de Michel Temer para os governadores.

Observe. No meio da solenidade, ele disse que o socorro emergencial foi dado e que adiante faria “a grande reforma do pacto federativo”. Deu paradinha (lembrou que é interino), corrigiu-se: “Se Deus permitir…”.

Só para acertar o passo: no caso em apreço, não é Deus, é o Senado.

Ora, o mesmo Michel Temer, que anuncia uma PEC para congelar os repasses da saúde e da educação por 20 anos (um retrocesso retumbante), que reduz verbas do Pronatec (tirando de jovens estudantes pobres a chance de avançar na vida), escancara os cofres e acena com o Pacto Federativo.

Tudo que governadores pedem, não é agora. O Pacto Federativo é a forma de distribuição do bolo gerado por impostos, com o governo federal abocanhando mais de 60%, deixando o resto, aí inclusas muitas das responsabilidades, com o resto.

Seria Temer um estadista pensando na reforma do Estado ou querendo comprar apoio?

Vote você.

SUS na berlinda

Diz o deputado Jorge Solla (PT) que, se a PEC proposta por Michel Temer – limitando os gastos com saúde e educação durante 20 anos – passar, é um gigantesco desserviço ao povo brasileiro, pelo que contém de nocivo.

— Estamos precisando de mais dinheiro. Limitar é tirar, é parar no tempo.

O presidente do Conselho Nacional de Saúde, Ronald Ferreira dos Santos, assina embaixo. E vai além:

— Significa desligar os aparelhos do SUS, que estava na UTI.

Que o digam as Obras de Irmã Dulce. Já vão mal, ficarão piores.

(Foto: Carol Garcia/GOVBA).

 

De copo cheio

Auxiliares do secretário Manoel Vitório (Fazenda) dizem que o projeto de lei aprovado semana passada na Assembleia não aumenta impostos, apesar da intensa polêmica que causou. Apenas estabelece que empresas que receberam incentivos fiscais depositem 10% do valor do benefício no Fundo Estadual de Erradicação da Pobreza.

Dizem mais. Os fabricantes de bebidas fazem intenso barulho, mas omitem um detalhe essencial: independente do preço de venda, cada garrafa de 600 ml de cerveja fabricada na Bahia paga no máximo R$ 0,80 de ICMS.

Ou seja, estão chorando de copo cheio.

A hora da Louos

O novo secretário da Sucom, Sérgio Guanabara, entrega hoje (11h) ao presidente da Câmara de Salvador, Paulo Câmara (PSDB), o projeto da Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo do Município (Louos), que complementa o PDDU.

Ou melhor, se o PDDU já rendeu muito barulho, a Louos promete mais. É ela que define, por exemplo, o gabarito dos prédios.

Caboclos no podium

O desfile do 2 de Julho deste ano terá uma novidade: os homenageados serão o caboclo e a cabocla, que representam os povos indígenas. J. Cunha, o artista plástico convidado pela Fundação Gregório de Mattos, desenvolveu o tema com alunos das escolas públicas.

Ele promete um show.

Via crucis

A Viabahia até que avisou das obras na passarela no Posto São Luís, no entroncamento da BR-324 com a estrada para Conceição do Jacuípe, mas não disse o tamanho do transtorno que iria causar.

O engarrafamento no domingo foi tanto que a viagem Salvador-Feira, normalmente de pouco mais de um hora, durou cinco.

Ou seja, a Viabahia virou via crucis.

Otto Alencar (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado).
Otto Alencar (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado).

Na Codeba

O senador Otto Alencar (PSD) diz que José Muniz Rebouças, indicado dele para o comando da Codeba, continua lá apenas porque o governo quer:

— Eu já coloquei o cargo à disposição há muito tempo.

Ele ressalva, todavia, que Rebouças moralizou a Codeba e sai de cabeça erguida:

— Pagou todos os precatórios, todas as dívidas trabalhistas, iniciou a construção do quebra-mar para a ampliação do porto e deixa R$ 60 milhões em caixa. É o único porto lucrativo do Brasil. É um exemplo.

Cleptomaníacos

Aliás, Otto sugere que todo indicado para cargos públicos deveria antes conseguir um atestado psiquiátrico para a prevenção contra roubos.

— Se for cleptomaníaco, viciado em roubar, estará automaticamente vetado.

Visitas ilustres

Paulo Gaudenzi, presidente do Salvador Destination, quer fazer da capital baiana um destino de forró. Convidou jornalistas dos principais veículos especializados em turismo para ficar aqui, de quinta a segunda. Verão também locais como a Casa de Jorge Amado e os fortes de Santa Maria e São Diogo.

Visita ilustre

O Hospital Roberto Santos está com uma visitante ilustre.

Thais Faggion Vinholo, aluna da Escola de Medicina da Universidade Yale, nos EUA, está lá para concluir sua tese de doutorado sobre a microcefalia associada ao vírus Zika.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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