Publicado em 16/05/2016 às 08h20.

Temer diz que quatro mulheres farão parte do governo

O presidente interino admitiu que não é um político popular, mas afirmou que reverterá isso se trouxer "efeito benéfico" ao país

Redação
(Foto: Reprodução / TV Globo)
(Foto: Reprodução / TV Globo)

 

O presidente interino Michel Temer (PMDB) fez uma defesa das escolhas de seu ministério e afirmou que há representatividade feminina em seu governo com destaque, em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo.

Nenhum dos 23 ministros é mulher, mas o peemedebista disse que, ao fim da montagem de sua equipe, haverá 4 mulheres em posição de destaque – sua chefe de gabinete, a nova secretária nacional de Cultura e em postos na Ciência e Tecnologia e na Cidadania. O peemedebista disse ter “falado à sociedade” ao reduzir o número de ministérios de 32 para 23, e minimizou o fato de não ter montado uma Esplanada de “notáveis”.

“Você há de conviver com o Legislativo. Penso que escolhi os melhores nomes, são notáveis politicamente, notáveis administrativamente. Se um ou outro ministro não proceder adequadamente, é claro que ele estará fora”, afirmou.

Temer admitiu que não é um político popular, mas afirmou que reverterá isso se trouxer “efeito benéfico” ao país. Ao mesmo tempo, admitiu que poderá “ser impopular” por tomar medidas buscando esse fim. “Eu tenho uma legitimidade constitucional. Fui eleito juntamente com a senhora presidente, os votos que ela recebeu eu também recebi. Reconheço que não tenho essa inserção popular, que só ganharei ou terei se nosso governo trouxer efeito benéfico para o país”, declarou.

Falando sobre sua família, que mudará para Brasília se o Senado tirar constitucionalmente Dilma da Presidência, Temer afirmou que sua mulher, Marcela, ocupará um função na área social do governo. “Ela é advogada”, justificou.

“Se for necessário, cortarei de outros setores”, disse, lembrando depois que não pode haver cortes em áreas com vinculação constitucional – como Saúde. Ele disse que irá manter direitos adquiridos, conforme definidos na Constituição. Perguntado se isso não se choca com a sugestão de Henrique Meirelles no Ministério da Fazenda, pelo estabelecimento de regras de transição na Previdência, disse que “esta matéria não está definida” porque às vezes elas “não ferem direitos”.

Lava Jato – Temer voltou a se defender sobre as citações contra si na Lava Jato, que não resultaram em inquéritos, e novamente disse que ser investigado não o impediu de designar ministros na mira da operação. Se o único que enfrenta inquéritos abertos, Romero Jucá, ministro do Planejamento, virar réu, “aí vou examinar”, disse o presidente interino.

Sobre Lava Jato, Temer afirmou que não pretende substituir o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello. Em relação ao processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, o presidente interino voltou a defender a separação do seu caso do da petista.

Já sobre o aliado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente afastado da Câmara, Temer recusou fazer comentários quando perguntado se acreditava que uma eventual renúncia do deputado facilitaria a vida do governo. “Um Poder não deve se meter em outro Poder. O Legislativo faz o que quiser, tanto faz”, disse.

Temas: governo , Temer

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