Publicado em 28/12/2016 às 09h56.

Temer fecha 2016 de forma otimista. Em 2015, Dilma também foi assim

O ano foi bombardeado de denúncias vindas da Odebrecht, com seis ministros trocados, a maioria pela força da Lava Jato

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Tem que jogar em uma sala todos os maiores políticos deste País, Lula, Michel Temer e FHC, trancá-la e não deixar que eles saiam de lá sem um acordo
Abílio Diniz, sócio do Carrefour, no Exame Fórum, em agosto deste ano

Foto: Evandro Derze/PMDB .
Foto: Evandro Derze/PMDB .

 

Dilma Rousseff afirmou em dezembro do ano passado que 2015 foi difícil, mas estava otimista para 2016. Confiava no povo e na agenda que traçou para tirar o Brasil do atoleiro. Caiu e o atoleiro continua.

Michel Temer assumiu em abril significando esperança, pelo menos para setores historicamente bem articulados. Fecha 2016 bombardeado de denúncias vindas da Odebrecht, com seis ministros trocados, a maioria pela força da Lava Jato, de quebra, com arautos antipetistas, como o senador goiano Ronaldo Caiado (DEM), fazendo o mesmíssimo discurso da esquerda, o das Diretas Já.

Ontem em Maceió, ao anunciar a liberação de R$ 1,02 bilhão para obras de combate à seca e acesso à água em 15 estados do Norte e Nordeste e Rio Grande do Sul, Temer voltou a estrilar otimismo.

Disse lá que embora seja de São Paulo gostaria de ser lembrado como “o maior presidente nordestino que passou pelo Brasil”.

Entende-se. O discurso dele é o de tocar a vida, apesar dos pesares, o que dá a sensação de que ele sente-se imune aos tentáculos da Odebrecht ou, mais ainda, ao processo do TSE por crime eleitoral que atinge Dilma e ele.

Dilma viveu sossegada até o carnaval. Depois, o barco afundou. A nau de Temer vaza água por todos os lados. Oxalá ele se dê bem. Afinal, é consenso que a crise política aduba a econômica. Mas pouquíssimos acreditam que tenhamos boa sorte.

Baianos resmungam

A base baiana de Temer não gostou nem um pouco da visita dele a Maceió. Nenhum deputado entre os aliados foi convidado, mas Rui Costa foi.

De quebra, a fatia baiana do bolo é respeitável, algo em torno de R$ 184 milhões.

Como 60% do território baiano é no semiárido, justifica-se. Mas os aliados acham que ele está engordando o inimigo.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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