Publicado em 20/05/2017 às 15h11.

Temer pede suspensão de inquérito no STF

Com base em reportagem da Folha de S. Paulo, presidente afirmou que gravação de dono da JBS foi "manipulada e adulterada"

Rodrigo Aguiar
Foto: Alan Santos/PR
Foto: Alan Santos/PR

 

Em pronunciamento neste sábado (20), o presidente Michel Temer (PMDB) pediu a suspensão do inquérito aberto contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF), com base na informação, divulgada pela Folha de S. Paulo, de que a gravação feita pelo empresário Joesley Batista, da JBS, tem mais de 50 cortes.

“Essa gravação clandestina foi manipulada e adulterada, com objetivos nitidamente subterrâneos. Incluída no inquérito sem a devida averiguação, levou muitas pessoas ao engano induzido e trouxe grave crise ao Brasil. Por isso, estamos entrando com petição no Supremo Tribunal Federal para suspender o inquérito proposto, até que seja verificada em definitivo a autenticidade da gravação clandestina”, declarou o peemedebista.

Temer negou que tenha dado aval ao empresário para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, ao dizer que o dono da JBS deveria “manter isso”, quando informado sobre a atual relação. O presidente disse ainda não ter acreditado nas palavras de Joesley, quando ele lhe relatou que estava “segurando” juízes.

Durante boa parte do pronunciamento, Temer criticou o autor das gravações, que, segundo ele, “está livre, passeando pelas ruas de Nova York”.

“Ele especulou contra a moeda nacional. A notícia foi vazada seguramente por gente ligada ao grupo empresarial e, antes de entregar a gravação, ele comprou 1 bilhão dólares. porque sabia que isso provocaria o caos no câmbio. Por outro lado, sabendo que a divulgação na gravação reduziria o valor das suas ações na Bolsa, as vendeu. A JBS lucrou milhões e milhões de dólares em menos de 24 horas”, acusou.

Para o presidente, há “incoerências” entre o áudio e o teor do depoimento do proprietário da JBS. “O que ele fala em seu depoimento não está no áudio e o que está no áudio mostra que ele estava insatisfeito no meu governo”, declarou.

Ao chegar para o pronunciamento, Temer estava acompanhado de uma pequena comitiva, da qual faziam parte o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB) e o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB).

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