Publicado em 21/06/2016 às 17h00.

Teori nega pedido da PGR para ficar com parte de dinheiro repatriado

Para o relator da Operação Lava Jato no STF, recursos oriundos do acordo de delação de Paulo Roberto Costa.devem ser devolvidos à Petrobras em sua totalidade

Jaciara Santos
22/03/2016- Brasília- DF, Brasil- O Ministro Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, determinou na noite desta terça-feira (22/03), que o juiz federal Sérgio Moro, envie ao STF, as investigações da Operação Lava Jato, sobre o ex-presidente Lula. Foto: Nelson Jr./SCO/STF (23/02/2016)
Ministro Teori Zavascki: ‘Não há justificativa legal para limitar reparação devida à Petrobras’ (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)

 

O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Superior (STF), negou pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para ficar com parte dos recursos repatriados a partir da delação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

No acordo, a PGR defendia que 80% do valor total de R$ 79 milhões voltassem aos cofres da estatal e 20% fosse destinado à União, mais especificamente “aos órgãos responsáveis pela negociação e pela homologação do acordo de colaboração premiada que permitiu tal repatriação”.

O ministro, no entanto, entendeu que todo o valor deveria ser repassado a Petrobras, uma vez que a própria procuradoria apontou que o prejuízo contabilizado por conta do esquema de corrupção poderia ultrapassar o montante de R$ 1,6 bilhão.

Por isso, Teori sustenta que “não há justificativa legal para limitar a 80% (oitenta por cento) desse valor a reparação devida à Petrobras”.

Ele argumenta ainda que a União só foi afetada de maneira indireta pelos desvios então “essa circunstância não é suficiente para justificar que 20% (vinte por cento) dos valores repatriados sejam direcionados àquele ente federado, uma vez que o montante recuperado é evidentemente insuficiente para reparar os danos supostamente sofridos pela Petrobras em decorrência dos crimes imputados a Paulo Roberto Costa e à organização criminosa que ele integraria”.

O ex-diretor da Petrobras foi um dos primeiros a fechar acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato. O modelo de 80% dos recursos para a Petrobras e 20% para a União foi adotado em outras colaborações, como a fechada recentemente com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que terá de devolver R$ 75 milhões.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.