Publicado em 27/12/2017 às 14h30.

Trindade diz que repassou ‘fake news’ sobre ACM Neto sem ler conteúdo

"Sinceramente, não li tudo. Recebo o dia todo, vejo as chamadas e vou repassando para outros grupos", declarou o vereador

Rodrigo Aguiar
Foto: Izis Moacyr / Bahia.ba
Foto: Izis Moacyr / Bahia.ba

 

Líder da oposição na Câmara de Salvador, o vereador José Trindade (PSL) afirmou nesta quarta-feira (27) que “não leu todo” o conteúdo, classificado pelo DEM como “fake news” contra o prefeito ACM Neto, antes de repassá-lo a contatos, por meio do Whatsapp.

“Eu recebo material de vários grupos. […] Sinceramente, não li tudo. Recebo o dia todo, vejo as chamadas e vou repassando para outros grupos”, declarou o vereador ao bahia.ba.

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No material, que circula por aplicativos de mensagens, aparece um link de uma nota publicada em novembro, pela coluna Radar, da Veja, relativa às supostas negociações do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) por um acordo de delação premiada com a Procuradora-Geral da República (PGR).

Abaixo, há um texto intitulado “ACM Neto vai passar o Réveillon na Papuda”, que diz que Geddel teria delatado acertos em obras e caixa 2 em campanhas do prefeito da capital baiana. No entanto, a mensagem não tem qualquer relação com a nota da coluna e a fonte das informações não é mencionada.

Presidente do DEM na Bahia, o deputado José Carlos Aleluia atribuiu a autoria intelectual da mensagem ao líder da oposição na Câmara e anunciou que pediria à Polícia Federal para investigar o caso.

“Aleluia é porta-voz do prefeito. Como porta-voz do prefeito, ele devia estar mais preparado em fazer a defesa da delação da Odebrecht na operação Lava Jato, na qual ele é conhecido como ‘Missa’. Mas se ele se sentiu ofendido, tem que procurar os órgãos de Justiça”, afirmou Trindade.

Em abril deste ano, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de uma investigação contra Aleluia, citado em relatos de delatores da empreiteira como beneficiário de caixa 2 e propina.

Alguns meses depois, no entanto, Fachin retirou o nome do democrata das investigações da Lava Jato, assim como os deputados federais Nelson Pelegrino (PT), Jutahy Junior (PSDB) e Daniel Almeida (PCdoB), além da senadora Lídice da Mata (PSB).

“O próprio Ministério Público, de ofício, pediu para me tirar da Lava Jato. Não fui eu que pedi nada. Estou aguardando que eles façam o que quiserem. Tenho absoluta certeza de que nada vai acontecer. Eu não pedi para mudar; eles mudaram porque viram que tinham errado. O ministro do Supremo autorizou e mudou de mão”, declarou Aleluia à época.

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