Publicado em 10/10/2016 às 09h16.

Uber, o problemão que veio dos EUA, será uma guerra sem fim?

A reação dos taxistas veio, o rolo se instalou e as autoridades se dividiram entre contra e a favor, sem apontar soluções

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Não importa os motivos da guerra, a paz ainda é mais importante que eles”

Roberto Carlos, cantor e compositor

 

(Foto: Divulgação).
(Foto: Divulgação).

 

Veja o problema: os municípios têm o direito de regular o transporte individual de passageiros, definindo o tamanho de suas frotas de táxis, a depender de critérios, como a população.

Esse é o jogo jogado desde que a era do automóvel instalou sua supremacia urbana. De repente, chega uma empresa norte-americana e chuta o pau da barraca. Arregimenta motoristas para integrar a frota com base em critérios próprios da empresa, à revelia do poder institucional. E lastreada num aplicativo, consegue passageiros com facilidade a preços mais baixos.

A reação dos taxistas veio, o rolo se instalou e as autoridades se dividiram entre contra e a favor, sem apontar soluções.

Ora, Salvador proibiu a Uber em lei aprovada pela Câmara. O problema é algo juridicamente discutível. E enquanto a justiça não se posiciona, fica tudo como está.

Os taxistas chamam a Uber de pirataria. E alguns deles ate defendem a legalização, para tornar o jogo mais igual.

Os atritos se sucedem nas ruas. Não há sinais da busca de um caminho. Vão esperar morrer mais gente?

Sapeaçu e Camamu na espera

No domingo da eleição houve duas festas em Sapeaçu. George Gois (PPS) teve 8.539 votos contra 3.704 do prefeito Jonival Lucas (PTB), que também festejou, ambos se achando vitoriosos.

A questão: George foi prefeito, fez do próprio Jonival o sucessor, mas teve as contas de 2012 rejeitadas pelo TCM e pela Câmara, ficando com a candidatura indeferida.

Por conta disso, no site do TSE aparece Jonival declarado eleito com 100% dos votos.

Moral da história: os dois nada têm a festejar. O município de Sapeaçu é forte candidato a ter novas eleições, como 145 outros no Brasil e 12 na Bahia.

Camamu também está entre os pendentes. Lá, venceu Ioná Queiroz (PT), com mais de dois mil votos de vantagem sobre o segundo colocado, Luizinho de Tapuia (PSB). Mas ela teve as contas rejeitadas pelo TCM e aprovadas pela Câmara.

Até a solução, reina grande expectativa.

A lista dos 12

São casos tais que a justiça dará a palavra final, além dos dois citados, em Itabuna, Correntina, Iramaia, Iraquara, Jeremoabo, Lençóis, Rio de Contas, Santa Cruz da Vitória, Sítio do Mato e Uruçuca.

Neles, a eleição aconteceu, mas ainda não se sabe se valeu. O debate está aceso.

Nova regra

O advogado Ademir Ismerin diz que até a eleição passada, em caso de impugnação do vencedor, assumia o segundo. Agora, a regra mudou.

— Se o primeiro for impugnado, é nova eleição, embora ainda não há um só caso julgado apontando esse caminho.

De greve em greve

O pai de uma jovem estudante de Economia na Universidade Estadual de Feira de Santana está injuriado. A menina entrou com 17 anos, está com 24 e até agora não concluiu o curso:

— É greve em cima de greve. E quem paga o pato são os estudantes.

Angelo na berlinda 1

A decisão de Mirela Macedo (PSD) de abdicar do mandato de deputada para permanecer em Lauro de Freitas como vice de Moema Gramacho (PT) abriu outro flanco de conflito.

Ela é a segunda suplente da coligação que tem Rogério Andrade (PSD), eleito em Santo Antonio de Jesus, e Robério Oliveira (PSD), em Eunápolis. Na primeira vaga, o deputado Bira Coroa (PT) se efetivou. Como ela não quer, entraria o terceiro, que é Angelo Almeida, de Feira, mas há controvérsias.

Angelo na Berlinda 2

Angelo Almeida era do PT, mas saiu brigado com o deputado Zé Neto e mudou para o PSB (disputou a eleição de domingo e teve irrisórios 2.763 votos).

A questão é que a vaga é do PT. Ainda que o partido não reclame, nada impede que o quarto suplente, Jacó, o faça.

Ou seja, a posse de Angelo é incerta.

Epigrama da Hidra

A Operação Hidra de Lerna, desencadeada pela PF na Bahia, contra a sede estadual do PT e a empresa de publicidade Propeg e construtora OAS não passou em branco pelo crivo de Antonio Lins, que mandou o epigrama:

Uma nova lavanderia

Sem água na dita cuja

Pode deixar a Bahia

Com muito mais roupa suja

Vaquejadas na mira

O deputado Marcel Moraes (PV) está soltando foguetes. Por 6 votos a 5, o STF considerou inconstitucional a lei que regulamenta as vaquejadas no Brasil.

Marcel diz que uma coisa é matar o boi para comer, outra é judiar: — Todo mundo come galinha, nem por isso judia dela.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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