Vereadores de esquerda debatem política; Coelho critica CUT

Os vereadores Hilton Coelho (PSOL) e Aladilce Souza (PCdoB) participaram de um debate sobre guarda municipal, impeachment e momento da esquerda na política brasileira, durante o programa Uziel Tá na Área, com Evilásio Junior, nesta terça-feira (19).

Os legisladores discutiram o caso do guarda municipal Joanildo Ferreira dos Santos, que matou o morador de rua, Anderson Jorge Santana de Araújo, de 33 anos, conhecido como Demônio, no dia 13 de abril, no bairro do Comércio, na Cidade Baixa de Salvador. “Isso é uma tragédia anunciada. Já fizemos várias audiências alertando o risco. É guarda patrimonial. Tem que zelar pelo patrimônio público. A Câmara precisa se pronunciar sobre isso. Acho que é uma temeridade”, opinou Aladilce.

Já Hilton afirmou que os agentes trabalham de forma irregular, com a conivência do prefeito ACM Neto. “Existe a ilegalidade de porte de arma. Os portes estão sendo utilizados porque o prefeito autorizou. O gestor tem que ser responsabilizado. A prefeitura tem obrigado a usar o porte individual. Porte ilegal. Não podem, pois não entram em um conjunto de critérios para ter porte. A instituição lava as mãos. Precisa ser punido. é um problema instrucional”, opinou.

Impeachment – O PSOL foi um dos poucos partidos que se posicionaram, na bancada da Câmara Federal, 100% contra o impeachment – mesmo sem cargo no governo. Para o socialista, o apoio foi apenas contra o processo, que ele define como “ilegal”. “Somos oposição a esse governo por questões centrais. Hoje, o Brasil pega seu orçamento e manda para banqueiro. O problema é grave. Tem um conjunto de elementos que faz com que nós não apoiemos Dilma. Não compactuamos com isso”, contou. A comunista também criticou o andamento do processo. “Pedalada fiscal até [ACM] Neto fez. Não é motivo para tirar a presidente do poder”, enfatizou.

Bolsonaro – O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), ao votar a favor do impedimento da presidente Dilma Rousseff no domingo (17), enalteceu Carlos Alberto Brilhante Ustra, conhecido como “Coronel Ustra”, o primeiro militar reconhecido pela Justiça como torturador na ditadura. “Ele está bem cotado para ser presidente. Imagina o risco”, lamentou Aladilce.

“Quero saber se a sociedade aprova um ícone seu como um torturador. Ele fez uma homenagem ao Brilhante Ustra. Homenagem a torturadores… É importante observar que no discurso dele tem a palavra ‘liberdade’. Quem são essas pessoas? São ideias subterrâneas. A democracia não pode conviver com isso, com esse modelo político”, declarou Hilton.

CUT– O edil não poupou críticas à Central Única dos Trabalhadores (CUT), que, para ele, após o PT assumir o poder, em 2003, virou um “espectro”. “O PT tinha tudo. Eu falei ao dirigente da CUT: a CUT morreu. Quando o PT assumiu, a CUT virou um fantasma”, disparou.