Publicado em 30/03/2016 às 10h05.

Vereadores e sindicalista batem boca sobre confusão na Lapa

O vereador Kiki Bispo chamou Everaldo Braga de 'moleque'; Líder sindical prometeu processar o edil

João Brandão
(Foto: Evilásio Junior / bahia.ba)
Vereadores Duda Sanches (DEM), à esquerda, e Henrique Carballal (PV) – (Foto: Evilásio Junior / bahia.ba)

 

O clima tenso durante a inauguração da nova Estação da Lapa desta terça-feira (29) continuou no estúdio da Rádio Vida FM 106,1, no programa Uziel Tá na Área, com Evilásio Junior, nesta quarta-feira (30). Um grupo de aproximadamente 60 servidores municipais promoveu um protesto contra a falta de acordo com a gestão municipal no local, que foi rebatido pelo prefeito ACM Neto: “viúvas do PT”.

Presentes na emissora, os vereadores Henrique Carballal (PV) e Duda Sanches (DEM) discutiram com o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Salvador, Everaldo Braga, que, por telefone, negou que o ato no terminal foi partidário. Os edis tiveram o coro endossado pelo colega Kiki Bispo (sem partido), que trocou ameaças de processo com o sindicalista.

“Estava lá e pude perceber. Conheço o trabalho desses pseudo-líderes. Chegou ano de eleição, ele vai querer causar polêmica. A gente tem que separar o joio do trigo. Os que merecem aumento, que suam a camisa, vinculados com outros que não trabalham e querem causar tumulto. O que a gente viu na Lapa foi que, quanto mais tentativas de constrangimento, fica melhor ainda para Neto. O prefeito fala melhor ainda, é um combustível. Esses pseudo-líderes não têm legitimidade. A verdade vai mostrar. Temos que ter sindicatos fortalecidos para defender o interesse da população, mas não tratar a população dessa maneira”, acusou Duda.

Foto: Evilásio Junior / bahia.ba)
“Esses pseudo-lideres não têm legitimidade”, disparou Duda (Foto: Evilásio Junior / bahia.ba)

 

Para Carballal, que não foi à inauguração da estação, o momento político parece um clássico de futebol. “Se eu fosse, poderia ter metido a mão em um. Você acaba perdendo seus princípios de racionalidade. É levado a situações extremas. A depender do clima, do momento, você irá reagir”, disse, ao justificar a utilização de gás de pimenta por seguranças do prefeito contra os manifestantes.

‘Apartidário’ – Por telefone, Everaldo concordou com o “verde”. “Gostei da palavra de Carballal. O homem em situação extrema provoca situação extrema. Esse é o caso dos servidores municipais. Desde janeiro estamos alertando que poderia deflagrar greve por falta de diálogo da prefeitura com os servidores. Hoje o prefeito chega ao discurso e diz que nossa greve é política. Claro que é política, mas nossa política é salarial, de melhores condições de trabalho. Entregamos a pauta de reivindicações no dia 26 de janeiro”, apontou.

Questionado se houve agressão ao prefeito por parte dos manifestantes e gritos partidários, o sindicalista negou. “Em momento algum os servidores municipais agrediram. Nós queremos uma reposta, nos reunir com a prefeitura. Em nenhum momento nós politizamos. Lugar de ladrão é na cadeia, seja de qualquer partido. Não partidarizamos. Estamos lá cobrando o posicionamento do prefeito. Algumas pessoas ligadas ao prefeito, que começaram a gritar ‘Fora PT’”, disse.
Carballal prontamente rebateu Everaldo. “Sou vice-líder do governo na Câmara e nunca fui procurado pelo sindicato. O prefeito ACM Neto foi o gestor que melhor tratou os servidores. Nem se compara”, afirmou.

(Foto: Evilásio Junior / bahia.ba)
“Sou vice-líder do governo na Câmara e nunca fui procurado pelo sindicato”, disse Carballal  (Foto: Evilásio Junior / bahia.ba)

 

Troca de acusações – Neste momento, Kiki enviou uma mensagem ao programa em que acusa o líder sindical de agressão durante o ato na Lapa. “Everaldo Braga tentou me agredir quando estava chegando à Estação da Lapa. Presidente desclassificado. Lamentável. A postura desse rapaz quando chega à galeria da Câmara é de um moleque. Ele tentou me agredir e foi contido pelos policiais, com meia dúzia que o cerca. É uma falácia quando diz que não tentou agredir o prefeito. Dizer que não foi partidário é querer enganar a todos nós que estávamos lá. Não merece estar à frente de servidores tão qualificados”, desabafou.

Everaldo Braga, à direita, e vereador Kiki Bispo trocam acusações de processos (Foto: bahia.ba)
Everaldo Braga, à esquerda, e o vereador Kiki Bispo trocam acusações de processos (Foto: bahia.ba)

 

Everaldo prometeu processar o político após ser chamado de ‘moleque’. “Manda ele provar. Eu, próximo do tenente-coronel de polícia, do próprio major, ia tentar agredir ele e não seria preso? Olha a insinuação que as pessoas fazem. Vou processar. Primeiro ele agrediu uma pessoa pública. Vai ter que provar juridicamente. Moleque é irresponsável. É quem faz molequeira. Tenho qualificação para isso. Segundo, quando você não tem capacidade de diálogo, capacidade de debater, você tenta desqualificar. Ele disse que foi meia dúzia, estávamos ali com 600 servidores concursados. Não tenho culpa se uma pessoa pode se infiltrar dentro de um movimento de pessoas”, afirmou.

Por sua vez, Kiki disse que também vai acionar o sindicalista, que segundo ele, vai ter mais de 500 ações. Carballal comprou a briga do colega e disse que vai solicitar ao presidente da Câmara, Paulo Câmara (PSDB), as imagens do circuito interno de segurança para comprovar as agressões de Everaldo na Casa. “Eles vão lá agredir, xingando vereadores. Há um processo de politização, sim”, afirmou.

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