Publicado em 14/08/2018 às 13h05.

Wellington, o que se projetou usando o nome do irmão, quer ser prefeito em 2020

A história do homem que se tornou presidente da Câmara de Itapebi com a identidade do irmão morto

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“A principal mentira é a que contamos a nós mesmos”

Friedrich Nietzsche, filósofo alemão (1844-1900)

Wellington Silva Nunes

 

Três anos atrás, Wellington Silva Nunes virou notícia nacional. Ainda jovem, aos 17 anos, menor de idade, querendo trabalhar como caminhoneiro, ele passou a usar nome e dados de um irmão morto, Florisvaldo Nunes. E com identidade falsa se elegeu vereador e foi presidente da Câmara de Itapebi.

Preso pela PF, depois que ele próprio começou a revelar a sua situação, Wellington diz que sofreu muito:

— Perdi noites e noites de sono com isso me matracando. Hoje estou tranquilo.

Nunes, o cara

Ele conta que hoje, passados três anos, bem mais magro, resultado de uma cirurgia bariátrica, resolveu suas pendengas na Justiça, mas cumpriu longo périplo cartorial, tendo que mudar as certidões dos filhos, de casamento e toda a burocracia que fez com o nome de Florisvaldo, o irmão.

E como as pessoas o chamam nas ruas, de Wellington ou Florisvaldo:

— Como sempre, de Nunes. Ainda bem que o nome de guerra era sobrenome.

Por conta dos seus embaraços, ficou fora das eleições de 2016, mas diz que já tem uma metade definida:

— Em 2020 serei candidato a prefeito.

Wellington diz que embora adversários tenham explorado o fato, no conjunto da população, a situação é tranquila, até porque não trocou o nome para cometer crimes e sim defender o pão:

— Eu precisava trabalhar.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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