Publicado em 08/04/2016 às 12h00.

Aluna da Ufba acusa professoras da Escola de Dança de racismo

Caso ocorreu no dia 8 de março, quando a estudante apresentou um trabalho sobre o clipe "Formation", de Beyoncé, na disciplina de Estudos Críticos Analíticos 2

Redação
Gabriela Francisco Sampaio acusa duas professoras da Escola de Dança de racismo. Foto: Reprodução/Facebook
Gabriela Francisco Sampaio acusa duas professoras da Escola de Dança de racismo. Foto: Reprodução/Facebook

 

Um encontro de mediação entre a estudante Gabriela Francisco Sampaio, 19 anos, do 2º semestre de licenciatura em dança, e as professoras Maíra Spanguero Ferreira e Adriana Bittencourt aconteceu nesta sexta-feira (8). A estudante denunciou, por meio de uma carta entregue à direção da Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e à reitoria, a postura da professora Adriana Bittencourt em sala de aula como racista.

O caso ocorreu no dia 8 de março, quando a estudante apresentou um trabalho na disciplina de Estudos Críticos Analíticos 2. Na carta, compartilhada em rede social, Gabriela conta que apresentou o videoclipe “Formation”, da cantora Beyoncé, que denuncia a violência racial nos Estados Unidos. Segundo a aluna, após a exibição do vídeo, as professoras desqualificaram a luta da comunidade negra, o combate ao racismo e passaram a tecer contra a aluna e a comunidade negra injúrias para deslegitimar e invalidar a crítica proposta pela cantora.

A estudante registrou boletim de ocorrência na 7ª Delegacia Territorial do Rio Vermelho. No dia 15 de abril, às 15h, haverá audiência sobre o fato.

Investigação – Uma comissão de sindicância, composta por três professores de outras faculdades, inclusive de direito, foi formada para acompanhar o caso.  A diretora Dulce Aquino disse ao jornal A Tarde que “o caso é acompanhado pela Ouvidoria da Ufba e a posição da Escola de Dança é não aceitar nenhuma forma de preconceito”.

Ainda segundo a diretora, é importante estabelecer uma nova relação social na instituição, especialmente após a adoção das cotas na universidade.

A intenção do processo administrativo aberto na Ufba é solicitar a exoneração da professora Maíra Spanguero Ferreira, segundo informou a advogada da aluna, Gaby Maffei. “Não se trata apenas de uma ação penal. É preciso refletir sobre a educação. Queremos resposta da Ufba e saber se a universidade quer ser um modelo antirracista”, declarou Maffei.

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