Publicado em 13/11/2018 às 16h59.

Crise leva taxistas a cobrar bandeira 2 em dezembro

Decisão ficará a critério de cada motorista, mas associação acredita que maioria deve aderir para recuperar prejuízos ao longo do ano

Rayllanna Lima
Foto: Jefferson Peixoto/Secom
Foto: Jefferson Peixoto/Secom

 

Com a proximidade do final do ano, a economia da capital baiana é incrementada devido ao 13º salário e ao aumento de turistas na cidade. Momento em que os taxistas também aproveitam para conseguir um extra com a aplicação da bandeira 2, permitida por lei municipal desde 2006.

Ao contrário dos dois últimos anos, quando boa parte decidiram não realizar a cobrança devido a chegada dos motoristas de aplicativos, quase toda a categoria deverá cobrar bandeira 2 durante todo o mês de dezembro.

Isso porque, de acordo com a Associação Metropolitana dos Taxistas (AMT), Valdeilson Miguel, a categoria teve muitos prejuízos ao longo do ano e pretende conseguir recuperação utilizando a cobrança da bandeira mais cara. A decisão, contudo, caberá a cada taxista.

“Fica a critério de cada um. Mas, do jeito que a situação está com essa crise na categoria, todo mundo deve rodar na bandeira dois. [A bandeira 2] foi uma conquista da nossa associação, por meio de decreto, para que em dezembro, quando circula mais dinheiro na cidade, a gente pudesse compensar o 13º  salário”, disse.

Profissão – O boom da crise na categoria ocorreu com a chegada do primeiro aplicativo para motoristas, a Uber, em 2016. Todavia, os problemas enfrentados pela categoria vão muito além.

“Está muito difícil trabalhar como taxista. Muitos estão morrendo, outros deixando a praça porque os auxiliares estão devolvendo o alvará por falta de condição para trabalhar – mesmo com a baixa nas diárias. Muitos também estão doentes, sem alternativa de trabalho”, explica o presidente da AMT.

“A categoria, na sua essência, é antiga, com motoristas acima de 40/50 anos de idade, que não sabem fazer outra coisa, nunca fizeram nada além de ser taxistas. Tem gente que não sai da praça porque não tem o que fazer. Por isso estamos buscando junto aos poderes públicos um curso de qualificação em outras áreas”, revela.

Atualmente o valor da bandeirada é R$ 4,81. Na bandeira 1, o quilômetro rodado custa R$ 2,42. Na 2, a cobrança é de 40% em cima da bandeira 1, ficando R$ 3,38 o km rodado. Já a hora parada custa R$ 24,12.

 

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