Publicado em 07/08/2018 às 15h40. Atualizado em 07/08/2018 às 18h39.

Dezessete PMs são indiciados pelo desaparecimento de Davi Fiúza

Inquérito foi concluído quatro anos após jovem de 16 anos ter sumido, em outubro de 2014

Redação
davi fiuza
Foto: Reprodução

 

Dezessete policiais militares foram indiciados no inquérito da Polícia Civil que investigou o desaparecimento de Davi Fiúza, de 16 anos, em outubro de 2014, após uma abordagem em Salvador. O advogado da família da vítima, Paulo Kleber Filho, divulgou a informação à reportagem TV Bahia nesta terça-feira (7).

Procurada pelo bahia.ba, a Polícia Civil confirmou o indiciamento dos PMs e afirmou que o procedimento foi remetido ao Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), em junho deste ano.

Entre os indiciados, estão dois tenentes, dois sargentos, e 13 homens que eram alunos da Polícia Militar na época do crime. Os dois tenentes e dois sargentos seguiriam em atividade na corporação, ainda que alvos da investigação. Os envolvidos devem responder por sequestro, homicídio e ocultação de cadáver.

“O inquérito foi concluído com indiciamentos conclusivos para indiciar 17 policiais militares, sendo dois oficiais tenentes, dois sargentos e 13 alunos PM. A gente não sabe se todos [os alunos] se tornaram aptos a estar nas ruas, mas a gente sabe que todos que estavam instruindo esses alunos participam hoje e estão ativos na polícia. Todos estão prestando serviço de segurança mesmo sendo investigados por esse crime”, afirmou Paulo Kleber Filho durante a entrevista.

Segundo a TV Bahia, o inquérito da investigação tinha sido entregue ao Ministério Público do estado (MP-BA) no dia 2 de agosto, quase quatro anos após o sumiço do adolescente. Inicialmente, 23 militares tinham sido indiciados. O MP pediu nova apuração à polícia, que, após revisão do inquérito, terminou indiciando 17 policiais pelo crime.

O caso é acompanhando pela ONG Anistia Internacional, que criticou, em nota, a lentidão para conclusão do inquérito. “Policiais militares são os responsáveis pelo desaparecimento de Davi Fiuza. É muito grave que a Polícia Civil tenha sido tão lenta na condução da investigação e que a conclusão do inquérito permaneça em sigilo. Não apenas a família de Davi, mas a sociedade como um todo tem o direito de saber o conteúdo deste inquérito. Diante de tanta morosidade, é urgente que o Ministério Público denuncie os policiais responsáveis pelo desaparecimento de Davi”, afirma Renata Neder, coordenadora de pesquisa da Anistia Internacional Brasil.

 

 

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