Publicado em 08/01/2019 às 13h06.

MP-BA vai receber denúncias das vítimas de DJ John Oliver

Mulheres podem procurar o Ministério Público ou o Gedem

Milena Teixeira
Reprodução: Arquivo Pessoal
Reprodução: Arquivo Pessoal

 

O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) vai receber denúncias das vítimas de  João René Espinheira Moreira, 33, conhecido como DJ John Oliver. Ele  é acusado de agredir seis mulheres e responde a quatro processos no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).

O último caso de agressões envolvendo John veio à tona no último sábado (6), quando ele espancou a ex-namorada, a bacharel em Direito Juliana Galindo, 26. Ela registrou o caso na Deam no mesmo dia e, segundo a Polícia Civil, a medida protetiva foi solicitada e concedida pela Justiça.

De acordo com a promotora do MP-BA, Márcia Teixeira, o órgão também quer entender porque o agressor não usava tornozeleira eletrônica. “Queremos saber porque uma pessoa que já responde a vários processos não estava com tornozeleira eletrônica. Ele é um violador. Ele participou de violência doméstica seis vezes. As mulheres não nos procuraram, mas vamos entrar em contato com elas e ficaremos à disposição”, afirmou ela ao bahia.ba.

Ciclos de violência

De acordo com a promotora, a condição psíquica de João pode ter levado ele a praticar violências nas mulheres. “Ele termina um relacionamento e permanece com a mesma estrutura psíquica quando começa outro. Então, ele passa a praticar a mesma violência em outras mulheres. Como é possível perceber, ele praticou os mesmos crimes em várias  pessoas”, explicou Márcia.

Ainda de acordo com a promotora, existem ciclos de violência nos relacionamentos abusivos. “Existe a fase da lua de mel, das brigas e das desculpas, geralmente os períodos de lua de mel são mais curtos e os da violência são maiores nessas situações”, disse. 

Aumento dos casos de feminicídio

Os números de feminicídio aumentaram em 40% no ano de 2018 na Bahia,  de acordo com o balanço divulgado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP).

O aumento dos casos aconteceu no interior do estado. Em 2017, foram 44 caso e, em 2018, foram 65. Já em Salvador, houve uma redução expressiva: de 22 feminicídios, em 2017, para oito em 2018. A diminuição é de mais de 60%.

Para a promotora Márcia os feminicídios diminuíram em Salvador porque, no ano passado, alguns delegados não estavam indiciando os crimes como feminicídio, enquanto alguns promotores não colocavam a qualificadora do feminicídio, nos processos.

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