Publicado em 21/04/2018 às 15h30.

Obra do BRT tem valor mais alto entre capitais do País

Segundo dados do Ministério das Cidades, o valor investido na capital baiana chega a custar o triplo em comparação as obras realizadas no Rio de Janeiro e Belém

Redação
Reprodução: Secom/ Divulgação
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Salvador encabeça um ranking que não é um dos melhores. Com custo estimado entre R$ 68,3 milhões e R$ 117 milhões por quilometro construído e investimento previsto de R$ 820 milhões, a obra do BRT Salvador se configura como a mais cara entre as obras de várias outras capitais brasileiras.

Segundo dados do Ministério das Cidades, o valor investido na capital baiana chega a custar o triplo em comparação as obras realizadas no Rio de Janeiro, Belém, Recife, Brasília, Fortaleza, Florianópolis e Goiânia, por quilometro implantado.

O BRT contará com três trechos, onde o projeto completo interligará Estação da Lapa ao Iguatemi e implantará vias exclusivas de fluxo contínuo para o sistema no corredor formado pelas avenidas Juracy Magalhães, Lucaia e ACM.

O trecho 1 do BRT, que já teve as suas obras iniciadas, conecta a área da Avenida ACM entre o Parque da Cidade, considerando a entrada do Itaigara, e o Iguatemi, em frente à rodoviária. Esse percurso faz parte do projeto Corredores de Transporte Coletivo Integrado de Salvador, e possui 2,9km, no qual serão construídos cinco viadutos.

Já no trecho 2, segunda etapa do BRT, a previsão é de implantar 5,5km de corredores exclusivos que partirão da estação da Lapa até a região do Iguatemi, ligando o centro ao Parque da Cidade.

O terceiro trecho que vai do Parque da Cidade até a Pituba, no Posto dos Namorados, é uma expansão de 1,8 km e contará com duas estações e um terminal.

O custo é orçado em R$ 412 milhões, sendo R$ 300 milhões de repasses da União. Já os outros R$ 112 milhões serão financiados pela Caixa Econômica Federal.

Por conta da diferença nas contas das obras, a vereadora petista Marta Rodrigues cobrou da prefeitura explicações nos gastos e mais transparência na implantação do BRT.

Para a vereadora, líder da oposição na Câmara Municipal de Salvador, Nnão havia necessidade da implantação do BRT no trecho 1, já que existe o sistema viário dsenvolvido para ligar a Lapa ao Iguatemi.

Em entrevista ao jornal A Tarde, a vereadora diz não ter recebido resposta do ofício enviado à prefeitura em abril do ano passado, cobrando o estudo que baseia a implantação do BRT com trecho inicial de 2,9 km por R$ 376 milhões, de acordo com edital, ligando a estação da Lapa ao Iguatemi.

Este mês, Marta Rodrigues voltou a solicitar os estudos de impacto de vizinhança e ambiental, mas o valor gasto na obra foi o que surpreendeu.

com trecho inicial de 2,9 km por R$ 376 milhões, de acordo com edital, ligando a estação da Lapa ao Iguatemi.

“Além de ser ultrapassado, tem um valor exorbitante que destoado que foi gasto com o mesmo modal nas principais capitais. O custo por quilômetro do BRT em Salvador é duas vezes maior que o do Rio de Janeiro. Qual a explicação para o gasto de dinheiro público com um modal que não vai atender bem a cidade?”, questionou, ao exigir da prefeitura explicações e transparência.

Além do gasto desnecessário, segundo a vereadora, a construção de quatro elevados no trecho 1, o tamponamentos dos rios Camarajibe e Lucaia e a derrubada de 579 árvores, são motivos de preocupação.

“Somente a construção dos elevados representa R$ 179.350.079,85. Elevados são obsoletos, estão sendo derrubados, a exemplo da perimetral do Rio de Janeiro. Além disso, a prefeitura vai cortar 579 árvores”, lamentou.

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