Publicado em 21/03/2016 às 11h20.

Pelo menos 40% dos estudantes de Salvador já foram agredidos na escola

Estudo foi realizado nas sete capitais mais violentas do país; SEC diz que não tem registro significativo de violência nas escolas

Redação
Foto: Marcos Santos/ Fotos Públicas
Foto: Marcos Santos/ Fotos Públicas

 

Quatro em cada dez estudantes de Salvador afirmaram já terem sofrido violência física ou verbal dentro da escola no último ano. Em 65% dos casos, o agressor foi um colega, mas professores aparecem como autores em 15% dos relatos. A média nacional de agressão é de 42% e temas como a discriminação social, racial ou por orientação sexual também é uma realidade no ambiente escolar vivenciada por quase um terço dos estudantes. Os dados alarmantes fazem parte de um estudo realizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), Ministério da Educação (MEC) e Organização dos Estados Interamericanos (OEI), que entrevistou 6,7 mil alunos de escolas públicas entre o 6º ano e o ensino médio.

A pesquisa foi realizada entre as sete capitais brasileiras mais violentas do país: Maceió (AL), Fortaleza (CE), Vitória (ES), Salvador (BA), São Luís (MA), Belém (PA) e Belo Horizonte (MG). As cidades também possuem as maiores taxas de homicídio entre jovens, segundo o Mapa da Violência de 2014. Fortaleza ocupa o primeiro lugar no índice, com a ocorrência de relatos entre 67% dos estudantes, Belo Horizonte está em segundo lugar, com 66%, e Salvador em terceiro, com 40%.

Questionada pela Folha, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC) informou por meio da assessoria de comunicação que não tem registro significativo de violência nas escolas públicas. “A Secretaria vem combatendo uma atitude intolerante e até racista de determinados segmentos da sociedade que tentam imputar o estigma de violência a mais de 900 mil estudantes (a maioria pobre e afrodescendente, filhos e filhas de trabalhadores) que estudam nas escolas públicas estaduais”, afirma o texto.

Já o MEC ressaltou que trabalha no enfrentamento à violência nas escolas há anos. “É preciso destacar que a prevenção à violência nas escolas deve se dar de forma continuada, transversal e integrada, sem reforçar discursos e práticas que criminalizem o ambiente escolar”, destacou a nota da pasta.

Com informações  da Folha de São Paulo.

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