Publicado em 21/03/2016 às 15h00.

Terreiro Mokambo vai criar museu de forma coletiva

A iniciativa inédita no Brasil está sendo construída com a comunidade do bairro e com integrantes do terreiro e de outras casas de candomblé, através de rodas de conversas

Redação
Terreiro Mokambo. Foto: Reprodução/Blog Curso AfroSaberes
Terreiro Mokambo. Foto: Reprodução/Blog Curso AfroSaberes

 

Fotografias, material audiovisual, objetos sagrados e vestes de inquices e caboclos são alguns dos objetos que irão compor a consolidação institucional do Memorial Kissimbiê – Água do Saber do Terreiro Mokambo, localizado na Vila Dois de Julho, no bairro do Trobogy, em Salvador. A iniciativa inédita no Brasil é construída coletivamente com a comunidade do bairro e com integrantes do templo e de outras casas, através de rodas de conversas.

O Terreiro Mokambo foi contemplado no edital Museus, do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), para a elaboração de um Plano Museológico envolvendo religiões de matriz africana. O projeto consiste na sistematização do memorial para a organização de atividades técnicas e administrativas. Ao jornal A Tarde, o sacerdote Anselmo Santos Minatojy contou que a iniciativa tem o objetivo de valorizar a história afrobrasileira e fomentar o turismo étnico e cultural, ambos previstos na Lei 10.639/03.

Dentro do projeto, está prevista a visita de escolas ao Memorial para que as crianças aprendam sobre a cultura africana. “O memorial não é algo religioso e sim cultural. É importante passar essa história para os pequenos”, destacou Minatojy.

Oportunizar o convívio entre a comunidade e o candomblé também é um dos objetivos da iniciativa, segundo revela o tata Anselmo, que é graduado em Secretariado Executivo e mestre em Educação. Ele acredita que, com a medida, o terreiro contribui para a preservação da ancestralidade africana, pautada, em sua maioria, na oralidade.

Acervo – O Terreiro Mokambo abriga duas pequenas bibliotecas, uma composta por 400 obras, em parceria com a Fundação Pedro Calmon/Secult, e outra com 243 títulos, do Fundo Memorial Kisimbiê, composta por doações com ênfase na temática das religiões afrobrasileiras e da história. Além disso, o templo religioso abriga uma exposição permanente sobre a história do terreiro e da cultura bantu na Bahia e no Brasil. A visitação ao Memorial é aberta ao público com prévio agendamento da visita.

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