Brasil é o 17º país mais feliz do mundo, segundo o ranking de 2016
A Dinamarca é, mais uma vez, o país mais feliz do mundo, seguida por outros nove países desenvolvidos: Suíça, Islândia, Noruega, Finlândia, Canadá, Holanda, Nova Zelândia, Austrália e Suécia
Na última quarta-feira (16), foi divulgado um dos Relatórios de Felicidade mais importantes e reconhecidos atualmente no mundo, o “World Happiness Report”, em antecipação ao Dia da Felicidade Mundial das Nações Unidas, 20 de março. Esse relatório nasceu de um projeto do Butão, reino budista de 700.000 pessoas, cujo primeiro ministro decidiu realizar a medida da Felicidade Nacional Bruta e terminou influenciando os membros da ONU a medirem sua felicidade, como um guia para melhorar as políticas públicas.
Cada vez mais, a felicidade é considerada a medida adequada do progresso social e da qualidade do desenvolvimento humano. O interesse generalizado pelos Relatórios de Felicidade no mundo, reflete a crescente conscientização mundial dos governos, comunidades e organizações, e consequente uso dos indicadores de bem-estar subjetivo, para definir políticas públicas que garantam não apenas mais riqueza e desenvolvimento econômico, mas uma vida melhor e com mais significado para as pessoas.
O primeiro Relatório Mundial de Felicidade foi publicado em abril de 2012. Desde então, já percorreu um longo caminho. Esse é o 4o Relatório divulgado e classifica a felicidade de 157 países em todo o mundo, com base em dados coletados pelo Instituto Gallup. No primeiro relatório, divulgado em 2012, o Brasil ocupava a 25ª posição, no ano seguinte passou à 24a e, em 2015, estava na 16a posição. Em 2016, desceu uma posição e aparece em 17o lugar nesse ranking.
Para esse Relatório de 2016, foram entrevistadas cerca de 3000 pessoas em cada um dos países, e avaliados principalmente seis fatores: PIB per capita, expectativa de vida, apoio social (medido por ter com quem contar em momentos de dificuldade), confiança (medido pela ausência de percepção de corrupção no governo e nos negócios), liberdade para tomar decisões de vida e generosidade (medido por doações recentes). O interessante é que, no caso do Brasil, são os dados relativos à corrupção e generosidade que mais impactaram negativamente o resultado final.
No Brasil, temos uma longa e desafiadora
caminhada em busca da felicidade
A Dinamarca é, mais uma vez, com exceção do ano passado, o país mais feliz do mundo, seguida por outros nove países ricos e desenvolvidos, que, juntos, também ocuparam os dez primeiros lugares da medição de 2015: Suíça, Islândia, Noruega, Finlândia, Canadá, Holanda, Nova Zelândia, Austrália e Suécia. Os EUA avançaram duas posições nesse ano e seguem em 13o lugar, seguidos pela Costa Rica, país que lidera o ranking de felicidade entre os latino-americanos, seguida pelo Brasil em 17o e pelo México em 21o.
O Reino Unido aparece posicionado no modesto 23o lugar, enquanto que a China ocupa a 83a posição, bem no meio da tabela. Mais infelizes estão os gregos, que protagonizaram a maior queda na lista da felicidade dessa edição, e estão posicionados em 99o lugar. Já os mais infelizes desse ranking são os habitantes do Burundi, país em último lugar dessa lista, e os da Síria, que ocupa a posição imediatamente anterior. Entre os lanternas, estão ainda o Togo, o Afeganistão e seis países da África Subsaariana: Benin, Ruanda, Guiné, Libéria, Tanzânia e Madagascar.
Analisando os resultados dessas investigações, podemos tirar algumas importantes conclusões: renda e desenvolvimento econômico são muito importantes, sim, bem como saúde física e mental, mas a verdade é que outros fatores também impactam diretamente no bem-estar subjetivo das sociedades: apoio social, liberdade, generosidade e confiança. Pessoas que vivem em países governados por políticos corruptos, sofrem com menos satisfação em suas vidas.
Parece que a fórmula vencedora dessas nações é a relativa riqueza económica, combinada com um forte sistema social e governos responsáveis. Os países mais bem colocados nesse ranking de felicidade, por exemplo, têm muito menos desigualdade económica e muito mais segurança social.
Estamos num estágio inicial desse grande movimento conhecido como a nova “ciência da felicidade” e num estágio ainda mais prematuro no que diz respeito às implicações desses estudos nas políticas públicas mundiais. O importante é seguir avançando, colocando a felicidade no centro das discussões públicas e o acúmulo de riquezas como apenas um, entre vários importantes objetivos do desenvolvimento sustentável.
No Brasil, temos uma longa e desafiadora caminhada nesse sentido. Esperamos que todo esse movimento pelo bem-estar e pela felicidade das nações, siga influenciando gradualmente a recuperacão dos nossos valores morais, da confiança social e da fé em um governo decente e do qual possamos todos verdadeiramente nos orgulhar.
Adriana Prado tem 25 anos de experiência em Recursos Humanos. Atualmente mora no México, é mestranda em Liderança Positiva e consultora da “The Edge Group”, empresa equatoriana pioneira em programas de crescimento pessoal e organizacional na América Latina, através da aplicação das descobertas da Psicologia Positiva, a Ciência da Felicidade.
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