Publicado em 12/12/2018 às 16h56.

Vacina contra dengue será produzida no exterior pelo Butantan

Acordo com empresa americana terá apoio inicial de US$ 25 milhões

Redação
A vacina contra a dengue deve ser aplicada em três doses, com intervalos de seis meses. (Foto: Fotos Públicas )
Foto: Reprodução/Fotos Públicas

 

O Instituto Butantan vai produzir vacina contra dengue no exterior. Um acordo de transferência tecnológica com a empresa norte-americana do setor farmacêutico Merck Sharp and Dhome (MSD) foi assinado nesta quarta-feira (12), a fim de desenvolver e comercializar no exterior o material.

O acordo tem pagamento inicial de US$ 25 milhões, o que o coloca como o maior do gênero firmado pela indústria farmacêutica brasileira. O Instituto Butantan poderá receber até US$ 101 milhões, que serão investidos em pesquisa e na produção de vacinas pelo órgão, vinculado à Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo.

Um apoio não reembolsável no valor de R$ 120 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) permitiu ao Instituto Butantan desenvolver a vacina contra a dengue que está na Fase 3 de pesquisa clínica, isto é, sendo testada em humanos.

Essa é a última etapa antes da solicitação de registro. Com o financiamento do banco, o instituto desenvolveu também um processo inovador de liofilização, com patente concedida em diversos países do mundo.

A liofilização transforma a vacina em pó, para ser reconstituída no momento da aplicação. Esse processo reduz o custo de armazenagem, ao mesmo tempo em que facilita seu transporte, beneficiando mais pessoas, especialmente as que moram em regiões mais longínquas.

Aposta da saúde – A vacina desenvolvida no Instituto Butantan, de acordo com a Agência Brasil, é uma grande aposta da saúde em nível mundial, uma vez que está sendo desenvolvida para prevenir os quatro subtipos do vírus da dengue (1,2,3 e 4), relatou a assessoria do instituto.

A vacina deverá ser indicada para pessoas de 2 a 59 anos de idade, com eficácia também em pessoas que não tiveram a doença anteriormente.

Tão logo essa fase seja concluída, o instituto pedirá registro à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para que ela possa ser disponibilizada à população.

De acordo com informação do Instituto Butantan, a Fase 3 do estudo clínico foi iniciada em 2016 e ocorre em 14 centros de pesquisa clínica, distribuídos nas cinco regiões do país. Cerca de 17 mil voluntários participam dos testes.

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