Publicado em 01/12/2020 às 15h33.

Sem Carnaval, hotéis estimam perda de 11% a 12% da receita prevista para 2021

No aeroporto, concessionária espera que fluxo retorne quando festa acontecer; Vinci e ABIH-BA aprovaram cancelamento

Adriano Villela
Foto: divulgação ABIH/BA
Foto: divulgação ABIH/BA

 

A receita obtida durante o Carnaval corresponde a 11% a 12% do faturamento anual dos hotéis de Salvador, de acordo a regional da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH-BA). Cancelada a festa em fevereiro de 2021, o retorno deste faturamento é mais difícil, segundo o presidente da entidade, Luciano Lopes, pois em outro período será mais difícil obter o mesmo aumento de diária média. Já para a Vinci, concessionária que administra o Salvador Bahia Airport, mesmo o carnaval sendo o pico anual de fluxo, essa demanda deve ser transferida para quando a festa acontecer.

Em comum, ABIH-BA e Vinci concordam que a medida anunciada pelo prefeito ACM Neto no dia 27 de novembro é correta, por causa da pandemia do novo coronavírus. “Um evento como o Carnaval, que tem por características a reunião de multidões e bastante contato físico, só deve ser viável após o início da vacinação da população brasileira”, afirma Marcus Campos (foto), gerente de Marketing e Promoção Aérea do aeroporto de Salvador.

Lopes avalia que um imunizante contra a Covid-19 deve chegar para a população brasileira até o final do primeiro semestre de 2021. “O melhor cenário (para o Carnaval) é ter uma decisão. Na indefinição, os hotéis não estavam conseguindo vender pacotes para o Carnaval”. Para o verão, o executivo conta que a aposta do setor hoteleiro está em pacotes que agreguem hospedagens com programas que garantam segurança sanitária.

“Passeios seguros, cumprindo todos os protocolos melhoram a experiência do hóspede e sua disposição de voltar (a Salvador)”, destaca Lopes. Mesmo sem o reinado de momo, o presidente da ABIH-BA espera expansão durante o verão. A estimativa da entidade é de ocupação em torno de 55% e 60% em janeiro e fevereiro.

Em janeiro de 2020, a ocupação média foi de 73,5%. Não há previsão de diária média para esta temporada. O verão de 2019-20 teve preço médio de R$ 349, enquanto no Carnaval a hospedagem saia por R$ 800 dia, em média.

Retorno Gradual

Marcus Campus destaca que a estratégia da Vinci é atingir recuperação gradual de passageiros. Este processo não será tão afetado pelo Carnaval, tanto que estarão operando no verão as mesmas 33 rotas nacionais do verão passado. “Como em fevereiro ainda é verão, alguns voos programados para a época do Carnaval – como os agendados pela operadora de turismo BWT e vindos de Curitiba – estão mantidos”.

Campos projeta uma alta temporada promissora entre dezembro e janeiro. “Por conta das restrições de alguns países à entrada de brasileiros, o turismo doméstico está aquecido. Como Salvador é um dos destinos preferidos no país, nos beneficiamos dessa onda positiva”. A concessionária tem expectativa de receber a demanda de turistas visando outros destinos, como Litoral Norte, Chapada Diamantina e Morro de São Paulo, bem como as conexões aéreas para Ilhéus, Porto Seguro e capitais nordestinas.

O cancelamento do Carnaval, mesmo que esperado e visto como medida necessária, traz impacto para outras áreas. Empresas que venderam antecipadamente entradas em blocos ou camarotes organizam-se agora para fazer o ressarcimento ou fidelizar o cliente para o Carnaval fora de época quando houver data ou mesmo em 2022. Já o grupo San Sebastian organiza uma micareta para outubro de 2021.

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