Taxas de juros longas recuam com ajustes e otimismo por tramitação do pacote fiscal
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,81%, ante 13,997% do ajuste anterior
As taxas dos DIs recuaram nesta quarta-feira (11) para o médio e longo prazos, com o mercado fazendo ajustes e mostrando otimismo com a tramitação do pacote fiscal no Congresso, enquanto os juros para vencimentos de curto prazo subiram devido à percepção de que o Copom vai acelerar o ritmo de aperto da Selic, de acordo com informações do portal InfoMoney.
No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2025 estava em 12,009%, ante 11,96% no ajuste anterior. Já a taxa do contrato para janeiro de 2027 marcava 14,47%, ante o ajuste anterior de 14,685%.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,81%, ante 13,997% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,61%, ante 13,775% na véspera.
Investidores realizaram ajustes técnicos nesta sessão, após cobrarem elevados prêmios de risco nas últimas semanas em meio a temores com o compromisso do governo com o ajustes das contas públicas impulsionados pelo anúncio no mês passado de um projeto de reforma do Imposto de Renda.
Na semana passada, alguns vencimentos acumularam mais de 70 pontos-base de alta em suas taxas.
“Tem um movimento de arrefecimento das taxas. Passamos muitas sessões com todas as taxas acima de 14%, o que é muita coisa. Então tem uma reversão técnica”, disse Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research.
Em movimento semelhante ao da sessão anterior, os agentes financeiros também demonstravam maior otimismo quanto à possibilidade de aprovação das medidas de contenção de gastos do governo no Congresso ainda neste ano.
O governo publicou na terça uma portaria detalhando procedimentos e prazos para a liberação de emendas parlamentares, instrumento no centro do mal-estar entre o Executivo e o Legislativo.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que vai trabalhar por um consenso para que as medidas do pacote fiscal possam ser votadas ainda nesta semana.
“Isso ajuda, porque sempre existiu a possibilidade de o Congresso não apoiar o pacote ou desidratá-lo. Então, à medida que avança essa discussão, isso ajuda nessa correção”, afirmou Quaresma.
Na contramão das demais taxas, os juros futuros para contratos de curto prazo tiveram leve alta, uma vez que o mercado tem consolidado as expectativas de que o Copom vai intensificar o ritmo de seu aperto monetário.
Operadores precificam 70% de chance de o Copom elevar a Selic, atualmente em 11,25% ao ano, em 1 ponto percentual nesta quarta-feira, contra 30% de probabilidade de um aumento de 0,75 percentual. Na reunião de novembro, o BC elevou a taxa básica de juros em 0,5 ponto.
O Copom anunciará sua decisão após o fechamento dos mercados.
No cenário externo, os investidores reagiram durante a manhã à divulgação de dados de inflação nos Estados Unidos, que vieram em linha com o esperado, fomentando as expectativas de corte de juros pelo Federal Reserve na próxima semana.
Os números chegaram a derrubar os rendimentos dos Treasuries mais cedo, mas o movimento se reverteu depois. O rendimento do Treasury de dois anos — que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo — tinha alta de 1 pontos-base, a 4,157%.
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