O que Olívia Santana pensa sobre aborto, religião e a legalização das drogas?
Do livro de cabeceira à opiniões sobre temas polêmicos, bahia.ba apresenta os candidatos à Prefeitura de Salvador

Candidata à Prefeitura de Salvador pela primeira vez, Olívia Santana (PCdoB) é atualmente deputada estadual, tendo sido eleita com 57.755 votos. A comunista já foi vereadora e secretária de Educação de Salvador, além de secretária estadual de Políticas para as Mulheres. Olívia é uma das candidaturas apoiadas pelo governador Rui Costa (PT) e tem na chapa o PP, partido do vice-governador João Leão.
Biografia
Nascida no dia 25 de março de 1967, em Salvador, Maria Olívia Santana tem 53 anos e é formada em Pedagogia pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). Filha de uma empregada doméstica e um marceneiro, Olívia nasceu em uma família pobre, e viveu em uma invasão no bairro de Ondina, na capital baiana, onde teve uma infância de extrema carência.
A prefeiturável iniciou a carreira política ainda na Ufba, em 1988, quando presidiu o Diretório Acadêmico de Pedagogia e foi secretária de Educação e Cultura do Diretório Central dos Estudantes da universidade.
A candidata do PCdoB ainda foi vereadora de Salvador por 10 anos, sendo autora, em 2014, da lei que instituiu o Dia Municipal de Combate à Intolerância Religiosa. Em 2005 foi secretária da Educação de Salvador, onde implementou o Sistema Informatizado de Matrícula e o ensino da História da África e da Cultura Afrobrasileira nas escolas municipais.
Em 2012, Olívia Santana disputou as eleições municipais como vice na chapa encabeçada por Nelson Pelegrino (PT). Em 2015, assume a Secretaria de Políticas para as Mulheres. Uma das suas primeiras iniciativas foi a parceria com a Secretaria de Segurança Pública, para a implantação da Ronda Maria da Penha.
À frente da Secretaria do Trabalho Emprego Renda e Esporte da Bahia (Setre), Olívia lançou o Portal Contrate Bahia. Em 2018, a política foi eleita deputada estadual com 57.755 votos.
Religião e hobbies
Na vida pessoal, Olívia utiliza o tempo livre para assistir filmes e ler os seus livros. Na literatura, a sua obra preferida é “Quarto de Despejo: Diário de uma favelada”, da escritora Carolina de Jesus. O título na verdade é o diário da própria autora que é uma catadora de papel, que relata o cotidiano triste e cruel da vida na favela. A linguagem simples, mas contundente, comove o leitor pelo realismo e pelo olhar sensível na hora de contar o que viu, viveu e sentiu nos anos em que morou na comunidade do Canindé, em São Paulo, com três filhos.
Já o seu filme predileto é a “Sociedade dos Poetas Mortos”, dirigido por Peter Weir. A história se passa em 1959, na Welton Academy, uma tradicional escola preparatória. Nela, um ex-aluno se torna o novo professor de literatura, mas logo seus métodos de incentivar os alunos a pensarem por si mesmos cria um choque com a ortodoxa direção do colégio, principalmente quando ele fala aos seus alunos sobre a ‘Sociedade dos Poetas Mortos’.
Apesar do grande tempo dedicado a vida política e aos movimentos sociais, Olívia não abre mão da vida espiritual e conta que possui uma formação religiosa espírita, mas que aprendeu a “abraçar todas as religiões” e que a sua luta “é pela paz e contra qualquer tipo de intolerância”.
Legalização do aborto
Em um dos temas mais polêmicos da política brasileira, Olívia Santana disse que o aborto “é uma questão de saúde pública e que precisa ser tratado”.
“A rede SUS deve sim garantir os casos previstos em lei, para o atendimento às mulheres, sem burocracia. Quero lembrar que as mulheres ricas tem acesso às clínicas muito bem equipadas, enquanto as mulheres pobres e negras morrem nas periferias, muitas vezes vítimas de abortos mau feitos”, declarou.
Legalização das drogas
Em relação a legalização das drogas, a comunista critica a atual legislação e afirma que “a política de guerra às drogas, adotada até aqui, só tem alimentado a violência e se revelado ineficaz”.
“São cerca de 60 mil pessoas mortas por ano, no Brasil, a maioria das vítimas negros e pobres. É preciso observar o sucesso das políticas de segurança adotadas em outros países, a exemplo de Portugal. E temos que elevar a consciência coletiva da sociedade sobre a questão do uso de drogas como um problema de saúde pública. Frente aos dependentes químicos, temos que adotar uma política pública de redução de danos, de inserção social e de cuidados”, concluiu.
Legado que gostaria de deixar
A candidata do PCdoB também foi perguntada sobre qual legado gostaria de deixar, caso fosse eleita prefeita de Salvador. Segundo Olívia Santana, a manchete que gostaria de ler durante o seu mandato seria: “Salvador, a capital das oportunidades e do respeito à diversidade”.
Esta matéria faz parte de uma série de entrevistas que foram publicadas diariamente com todos os candidatos à Prefeitura de Salvador nas eleições de 2020. Também foram entrevistados os candidatos, na ordem: Denice (PT), Isidório (Avante), Bacelar (Podemos), Celsinho Cotrim (Pros), Cezar Leite (PRTB) e Bruno Reis (DEM). Apesar de confirmar a participação, Hilton Coelho (Psol) não respondeu as perguntas até o fim desta série. Já Rodrigo Pereira (PCO) recusou o convite para participar das entrevistas.
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