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Publicado em 09/12/2025 às 12h48.

Museu do Recôncavo Wanderley Pinho é reaberto após 25 anos fechado

Espaço histórico em Candeias volta a funcionar com entrada gratuita e novas exposições

João Lucas Dantas
Foto: Joá Souza/GOV BA

O Museu do Recôncavo Wanderley Pinho, dedicado à preservação da história do Recôncavo baiano, foi reinaugurado nesta segunda-feira (8), após permanecer fechado por 25 anos. O espaço passa a funcionar de quarta a domingo, das 10h às 17h, com acesso gratuito ao público.

A cerimônia de reabertura aconteceu em Candeias, onde está localizado o casarão histórico, e contou com a presença do governador Jerônimo Rodrigues, do secretário estadual de Cultura Bruno Monteiro, além de autoridades, moradores e gestores culturais.

O museu está instalado em um casarão tombado, dentro do antigo Engenho Freguesia, do século XVI, no distrito de Caboto. O imóvel foi doado ao Governo da Bahia em 1970 e transformado em museu, recebendo o nome em homenagem à família responsável pela doação.

Entre as melhorias, o espaço passou a oferecer visitas guiadas, audioguia em Libras, banheiros acessíveis, áreas de descanso e espaços destinados a residências artísticas e ocupações culturais. O percurso inclui a Capela de Nossa Senhora da Conceição da Freguesia e tem duração média de duas horas.

O museu funcionou até o ano 2000, quando foi fechado por conta das condições estruturais. Após 18 anos desativado, o local passou por um amplo processo de restauração, que incluiu a recuperação da rede hidráulica e a instalação de mais de 100 câmeras de monitoramento. Aproximadamente R$ 42 milhões foram investidos na requalificação, que preserva um importante acervo de objetos do período colonial.

A exposição de abertura reúne utensílios originais de cozinha, mobiliário do século XIX e uma ala dedicada aos povos originários da região. Também há um espaço reservado à memória da escravidão, com objetos como grilhões, correntes e algemas, que retratam a realidade de africanos escravizados na região. Segundo a coordenadora do museu, Daniela Steele, a proposta é estimular a reflexão sobre esse período histórico.

O circuito expositivo passou a ser organizado em núcleos temáticos, como o Núcleo Histórico, dos Povos Originários, dos Povos Escravizados, Doméstico e da Memória. O espaço também abriga a exposição temporária “Encruzilhadas”, com obras de artistas negros brasileiros e africanos, incluindo trabalhos de Mestre Didi, Pierre Verger, Rubem Valentim, Emanoel Araújo e Alberto Pitta.

O acervo original conta com cerca de 260 peças, entre mobiliário, pinturas, cerâmicas, documentos, fotografias e instrumentos ligados à história do Recôncavo. Parte desse material foi restaurada por uma equipe coordenada pelo professor Dirson Argolo.

Além das exposições, o museu passa a receber residências artísticas, oficinas e atividades formativas, com o objetivo de integrar a comunidade local ao cotidiano do equipamento cultural. O local agora volta a funcionar como um espaço de memória, educação e produção cultural na região.

João Lucas Dantas
Jornalista com experiência na área cultural, com passagem pelo Caderno 2+ do jornal A Tarde. Atuou como assessor de imprensa na Viva Comunicação Interativa, produzindo conteúdo para Luiz Caldas e Ilê Aiyê, e também na Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Salvador. Foi repórter no portal Bahia Econômica e, atualmente, cobre Cultura e Cidade no portal bahia.ba. DRT: 7543/BA

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