Publicado em 12/11/2025 às 15h00.

CBF planeja punir clubes endividados com rebaixamento; entenda

Modelo será implantado a partir de 2026 e busca promover equilíbrio financeiro

Redação
Foto: Staff Images / CBF

 

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou, nesta terça-feira (11), a criação de um sistema de Fair Play Financeiro para os clubes brasileiros. Inspirado no modelo adotado pela UEFA, o projeto começará a ser aplicado em janeiro de 2026 e será implementado de forma gradual.

O objetivo da entidade é estabelecer limites de gastos, reduzir o endividamento e criar uma cultura de responsabilidade financeira entre os clubes das Séries A, B, C e D.

Limites de gastos e controle de dívidas

Pelas novas regras, as despesas com salários e amortizações de atletas não poderão ultrapassar 70% da receita anual.

Os 30% restantes deverão ser reservados para outras obrigações administrativas e operacionais, impedindo que todo o orçamento seja consumido com o futebol profissional.

O endividamento de curto prazo também ficará restrito a 45% da receita. A partir de abril de 2026, a CBF passará a fiscalizar de forma mais rigorosa folhas salariais e movimentações de transferências, com acompanhamento contábil contínuo.

Penalidades e fase de transição

O Fair Play prevê uma escala de punições progressivas: primeiro, o clube será notificado e obrigado a apresentar um plano de correção.

Caso descumpra novamente, poderá sofrer bloqueio de receitas, multas, proibição de registrar atletas ou até perda de pontos.

Na etapa final do processo, o rebaixamento se torna uma possibilidade concreta.

A CBF pretende usar a medida como último recurso contra gestões consideradas irresponsáveis.

Para evitar impactos imediatos, haverá uma fase de adaptação até 2028. Durante esse período, os clubes terão de ajustar gradualmente suas contas para operar sem prejuízo.

Transição até 2028 e foco no equilíbrio

No decorrer da fase de transição, até 2028, as normas serão ajustadas de forma progressiva. A partir de então, os clubes precisarão encerrar cada temporada com as contas equilibradas, sem prejuízo operacional.

Além disso, nas janelas de transferências, apenas as equipes que encerrarem o ano sem prejuízo, ou seja, que arrecadarem o suficiente para cobrir todos os custos da temporada, poderão contratar novos jogadores.

As dívidas mais recentes deverão ser quitadas até janeiro de 2026, enquanto as antigas precisam ser regularizadas até novembro do mesmo ano.

A CBF acredita que o Fair Play Financeiro representa um passo decisivo para modernizar a gestão esportiva no país e evitar novas crises como as que atingiram grandes clubes nas últimas décadas.

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