Publicado em 27/09/2024 às 15h00.

Israel realiza maior bombardeio no Líbano desde início do conflito com Hezbollah

Ataque aconteceu após discurso do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na Assembleia Geral da ONU, nesta sexta-feira (27)

Redação
Foto: Telegram/Reprodução

 

Israel realizou um ataque no centro de Beirute, capital do Líbano, nesta sexta-feira (27), marcando a maior ofensiva israelense desde o início do conflito com o grupo extremista Hezbollah, segundo a agência Reuters. Uma grande nuvem de fumaça cobriu o céu da capital.

Diversas explosões atingiram o sul da cidade pouco mais de uma hora após o discurso do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na Assembleia Geral da ONU. Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram o momento do ataque, em que diversos prédios foram atingidos e a densa nuvem gerada pelos mísseis.

As Forças Armadas de Israel informaram que realizaram um “ataque de precisão” contra o quartel-general do Hezbollah, localizado entre edifícios residenciais em Dahieh, Beirute, como parte da estratégia do grupo de usar civis como escudo humano.

Autoridades israelenses alegam que altos líderes do Hezbollah estavam no local durante o ataque. Não houve resposta oficial do grupo ou informações sobre a situação do líder Hassan Nasrallah. Fontes israelenses disseram à Reuters que ainda não há confirmação se ele foi atingido. O Hezbollah informou que uma pessoa morreu e 50 ficaram feridas.

De acordo com a Reuters, uma fonte próxima ao Hezbollah afirmou que Nasrallah está seguro, informação também divulgada pela agência iraniana Tasnim. O governo iraniano declarou que ainda está verificando a situação do líder. Até o momento, o Hezbollah não emitiu comunicado oficial.

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, condenou o ataque, afirmando que ele demonstra o desrespeito de Israel aos apelos internacionais por um cessar-fogo.

Israel vem bombardeando regiões do Líbano há uma semana, alegando como alvo o Hezbollah, grupo extremista apoiado pelo Irã. O conflito já deixou mais de 700 mortos.

Os Estados Unidos não foram avisados previamente sobre o ataque, segundo o secretário de Defesa Lloyd Austin e o Pentágono. O presidente Joe Biden foi informado após o bombardeio.

Netanyahu adiantou seu retorno a Israel após o ataque, de acordo com seu gabinete.

O conflito entre Israel e Hezbollah, que vinha se intensificando desde a guerra na Faixa de Gaza, se agravou após explosões de equipamentos de comunicação dos membros do grupo, que culpam Israel pelo ataque.

Os recentes bombardeios causaram um êxodo significativo no Líbano, com mais de 30 mil pessoas fugindo para a Síria, segundo a ONU. Dezenas de companhias aéreas cancelaram seus voos para o Líbano, e o Itamaraty está consultando brasileiros no país para uma possível repatriação. Há 21 mil brasileiros vivendo no Líbano, a maior comunidade do país no Oriente Médio.

Dois brasileiros morreram nos ataques.

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