Lira fala em ‘boa vontade’ com corte de gastos e necessidade de ‘aprimorar’

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta sexta-feira (29) que o pacote de corte de gastos apresentado pelo governo conta com a “boa vontade” dos deputados e que a Casa está pronta para “colaborar” e “aprimorar” as propostas. A declaração ocorre em meio à repercussão negativa do mercado diante das medidas anunciadas.

“Reitero o compromisso inabalável da Câmara dos Deputados com o arcabouço fiscal. Toda medida de corte de gastos necessária para o ajuste das contas públicas terá o empenho, a agilidade e a boa vontade desta Casa, que está disposta a contribuir e aprimorar”, escreveu Lira na rede social X.

Nesta sexta, o dólar voltou a ultrapassar a marca de R$ 6,00, atingindo um valor recorde. Lira destacou que tanto a inflação quanto o dólar elevado são “mazelas que afetam de forma mais grave os mais pobres”. O deputado também reforçou que o Congresso só discutirá um projeto de renúncia fiscal no próximo ano. A declaração faz referência à proposta do governo federal de elevar a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil.

“Qualquer outra medida governamental que envolva renúncia de receita será analisada apenas no próximo ano, após uma avaliação criteriosa e, acima de tudo, realista sobre suas fontes de financiamento e seu impacto efetivo nas contas públicas”, afirmou Lira.

O presidente da Câmara enfatizou ainda que a responsabilidade fiscal é “inegociável”. “Uma coisa de cada vez. Responsabilidade fiscal é inegociável.”

A cúpula da Câmara demonstrou insatisfação com o momento escolhido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para anunciar o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil. A avaliação é de que a medida não deveria ter sido apresentada junto ao pacote de corte de gastos.