Publicado em 21/06/2019 às 17h46.

Santo Antônio: trezenas, festas e devoção ao santo casamenteiro

Conheça a história do padroeiro dos pobres, dos viajantes e das mulheres estéreis; seu dia é comemorado tradicionalmente em 13 de junho

Redação
Foto: Reprodução/Pixabay
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No mês de junho, diversas cidades baianas celebram seu santo de devoção. Pode ser Santo Antônio, São João ou São Pedro, os festejos sempre serão comemorados e a devoção, reafirmada.

Dos três, o primeiro a ser celebrado é Santo Antônio. No dia 13, é, tradicionalmente, feita uma homenagem ao famoso casamenteiro. Na Bahia, ele é padroeiro de cidades como Alagoinhas, Guanambi, Jequié, Ruy Barbosa e Santo Antônio de Jesus. Em Salvador, o bairro Santo Antônio Além do Carmo leva o nome do religioso.

Santo Antônio é um dos mais conhecidos e aclamados santos do Brasil. Não só pela fé católica. No candomblé da Bahia, Santo Antônio é conhecido como Ogum, o orixá da guerra, que forjava as suas próprias armas de metal.  

A devoção a Santo Antônio chegou à Bahia no século XVI, através dos colonizadores portugueses e da Ordem Franciscana. Porém, foi no século XVIII, no Recôncavo Baiano, que as Trezenas – rezas feitas durante 13 dias, entre 1° e 13 de junho – passaram a ser feitas nas casas dos engenhos, distante das práticas litúrgicas das igrejas.

Ocupando as residências particulares em outras cidades e na capital, nos séculos seguintes, a tradição adquiriu características próprias e genuinamente baianas. Criação e montagem de altares transitórios, musicalização das orações (rezas cantadas), inserção de instrumentos musicais e de gastronomia, com elementos da culinária junina, como licor, mingaus e bolos, fazem parte das comemorações.

Santo Antônio é casamenteiro?

A história retrata que a fama de casamenteiro surgiu porque Santo Antônio atendeu aos pedidos de uma mulher que precisava de um dote para casar. Ela teria recebido do santo um bilhete para entregar a um determinado comerciante.

O recado escrito dizia que o comerciante deveria dar à moça uma quantidade de moedas de prata correspondente ao peso do papel. Pensando que o papel pesaria muito pouco, ele aceitou. No entanto, foram necessários 400 escudos da prata para que a balança chegasse ao equilíbrio.

O comerciante lembrou-se de uma promessa que havia feito a Santo Antônio e não havia cumprido: dar 400 escudos de prata caso alcançasse a graça pedida. A jovem recebeu a quantia e conseguiu, então, casar-se.

Além de colocar a imagem de Santo Antônio de cabeça para baixo dentro da água com o intuito de casar, muitas pessoas também o invocam para encontrar objetos perdidos. Segundo a tradição, certo dia um noviço fugiu do convento com um saltério (livro contendo 150 Salmos) que Antônio usava.

O santo, então, orou para recuperar o livro e o noviço viu-se diante de uma aparição terrível e ameaçadora que o obrigou a regressar e devolver o que roubou.

Diz-se também que, em uma ocasião, enquanto Santo Antônio orava, o menino Jesus apareceu e o santo segurou-o em seus braços. Por esta razão, até hoje ele é representado sustentando o menino Deus.

Quem foi Santo Antônio?

Nascido em 1195, em Lisboa, o jovem Fernando de Bulhões e Taveira de Azevedo ingressou na Ordem dos Agostinianos aos 15 anos. Dez anos depois, já em Coimbra, foi ordenado sacerdote e adotou o nome de Antônio ao ingressar na Ordem dos Frades Menores, fundada por São Francisco de Assis.

Lá, viveu de maneira simples entre os frades, até que um dia precisou substituir um pregador, que faltou a uma grande festa, e fazer a homilia. Com excelente oratória e grande conhecimento a respeito das Sagradas Escrituras, destacou-se e, assim, foi nomeado pregador oficial dos Franciscanos e professor de Teologia, tornando-se famoso por suas pregações.

Padroeiro de Pádua e de Lisboa, capital de Portugal, o santo venerado por suas pregações, vida de penitência e pelos milagres morreu em Pádua, na Itália, em 13 de junho de 1231, aos 36 anos de idade. Seu corpo foi sepultado numa basílica que se tornou lugar de peregrinação. Ele foi canonizado no ano seguinte pelo papa Gregório IX e declarado Doutor da Igreja pelo Papa Pio XII.

Santo Antônio é patrono das mulheres estéreis, dos pobres, dos viajantes, dos pedreiros, dos padeiros, entre outros. Devido à sua caridade com os pobres, com frequência Santo Antônio é representado oferecendo pão a indigentes.

A fama do santo era grande ainda em vida por conta dos milagres a ele atribuídos. De acordo com a fé católica, peixes teriam aparecido na superfície do mar para ouvir o seu sermão na cidade de Rimini, na Itália.

Na mesma cidade, uma mula faminta teria recusado comida e se curvado diante da hóstia consagrada como prova, pedida por um descrente, de que o pão era verdadeiramente o Corpo de Cristo.

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