Publicado em 31/07/2018 às 12h25.

E a Assembleia da Bahia pega fogo (de verdade) na largada da campanha…

A perícia da polícia é quem vai dizer, mas o próprio Coronel não descartou a possibilidade do incêndio ter sido criminoso

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Descobrir consiste em olhar para o que todo mundo está vendo e pensar uma coisa diferente”

Roger Von Oech, orador norte-americano (1948)

Foto: Marcos Melo/leitor bahia.ba
Foto: Marcos Melo/leitor bahia.ba

 

Tudo indica, ou a grande maioria diz na Assembleia Legislativa, que o incêndio de sexta na casa foi obra de um curto-circuito. Pode ser, mas lá é uma casa de políticos, governada por políticos para fazer políticas. E lá espocam das questões LGBT até a conflitos pelas águas.

Óbvio que deveria ser só políticas que refletissem os anseios coletivos, mas tem de tudo, o jogo baixo também. Com todos esses ingredientes, ela torna-se digna do ‘da Bahia’. Lá deságuam alegrias e problemas dos quatro cantos do território baiano.

O outro incêndio

O curto-circuito da vez acontece na boquinha da largada de uma campanha eleitoral com o presidente da Casa, Angelo Coronel, candidato ao Senado. Daí a perícia da polícia é quem vai dizer, mas o próprio Coronel não descartou a possibilidade do incêndio ter sido criminoso.

O fogo não se alastrou, mas o estrago foi grande. A água para combater o fogo em cima invadiu os andares de baixo.

No incêndio de 1978 também se disse, e todos aceitaram, que foi um curto circuito, que descambou também para a política. 15 anos depois, quando Antonio Imbassahy era o presidente resolveu-se restaurar a ‘Galeota Gratidão do Povo’, de Carlos Bastos, adornando o painel central do plenário com os convidados ilustres.

Na nova versão, ACM mandou Afrísio Vieira Lima, pai de Geddel, com quem já tinha brigado, desembarcar, vetou o embarque de Roberto Santos e mandou embarcar Imbassahy, Raimundo Caires (o vice-presidente), Luis Eduardo Magalhães e Luís Cabral. O resultado do curto-circuito político sobreviveu. Pelo menos até o incêndio da semana passada, sabe-se lá.

Nasce o MSG

A Assembleia funcionou ontem parcialmente. Nos três anexos, gabinete dos deputados, tudo bem.

No prédio principal, onde ficam o plenário e o gabinete da presidência, tudo travado, sem que se saiba quando normaliza..

Funcionários do prédio principal estavam ontem pelos corredores dizendo que estão fundando o MSG, Movimento dos Sem Gabinete.

Está tudo travado, sem telefone, sem televisão, sem internet e sem deputado.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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