Publicado em 06/04/2017 às 08h30.

Amado Batista: ‘Ditadura foi maravilhosa! Melhor que anarquia de hoje’

O cantor romântico participou do "Programa do Porchat" nesta quarta-feira (5) e falou também sobre a tortura e a censura que sofreu no período militar

Redação
Foto: Reprodução
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Amado Batista, entrevistado do “Programa do Porchat” desta quarta-feira (5), voltou a falar da sua relação com a ditadura militar. Ele garante que preferiu aquele momento político ao atual, o qual considera anárquico. Antes o cantor relembrou a censura que algumas de suas canções sofreram. “Foram censuradas quatro músicas minhas. Uma delas é ‘Vitamina e Cura’, que foi liberada depois. […] Eu ia pessoalmente a Brasília para saber porque que foi vetada a música e às vezes eu resolvia ali mesmo, mudava uma frase, uma palavra… ‘Massinha de Chiclete’, por exemplo, que dizia que tinha uma menina de 14 anos que conheceu um traficante. Aí vetaram a música por causa da palavra ‘traficante’. Eu troquei por ‘garotão’ e [o censor] carimbou na hora liberando’, diz.

Questionado sobre o período em que, como funcionário de uma livraria, foi preso pelo regime por facilitar o acesso de comunistas a livros subversivos, ele lembra: “Fui preso na ditadura porque trabalhava em uma livraria e deixava os intelectuais comunistas lerem os livros proibidos e certamente a Polícia Federal estava de olho naquilo. Fiquei dois meses preso”. Porchat então pergunta se ele foi torturado. E se espanta com a resposta: “Sim, foi um mês de tortura e outro mês de descanso”. O artista contou que chegou a ser castigado com choques elétricos e outros métodos igualmente cruéis.

Porém, ao refletir sobre a validade do procedimento, Amado Batista frustra a expectativa do apresentador ao considerar merecido o castigo. “Se você anda com gente que faz coisa errada, está errado também. Aquela era a turma que queria tomar o país à força, na base das armas, e queria fazer disso aqui Cuba, onde o médico ganha 50 dólares por mês. As pessoas não param para pensar nisso”, reflete. E conclui: “Graças às forças armadas, aqui não é Cuba”.

Porchat quer saber se ele preferia não ter a eleição de 2018, e Amado responde: “Eu não quero ditadura nenhuma não, eu quero democracia. Agora, do jeito que está hoje, eu prefiro a ditadura. Porque a ditadura foi maravilhosa! Foi ruim apenas para os políticos que queria tomar o país à força. Prefiro a ditadura a essa anarquia que está hoje. Adoro a democracia, mas como nos Estados Unidos, onde as leis realmente são cumpridas”.

Sobre suas preferências para as próximas eleições presidenciais, o cantor já declarou seu voto: “Democraticamente, eu acho que tem que ser o Jair Bolsonaro”.

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