Publicado em 28/12/2018 às 11h40.

Com pagode no beat, Rincón Sapiência homenageia Bahia em novo hit

Rapper paulista cita versos de Harmonia do Samba, Psirico, Kannário e ÀTTØØXXÁ na nova música "Mete Dança"; ouça aqui

Luiz Felipe Fernandez
Foto: Arquivo Pessoal/Instagram
Foto: Arquivo Pessoal/Instagram

 

Ele foi o responsável por convencer Pedro Bial a levar a banda ÀTTØØXXÁ a seu programa, o que deu ainda mais visibilidade nacional ao grupo baiano, formado por Rafa Dias, Oz, Raoni e Chibatinha. Em single para fechar o ano à altura do que tem feito nos últimos tempos, Rincón Sapiência assume a ‘dupla cidadania’ e referencia diversos artistas do pagode baiano em ‘Mete Dança’, lançada com clipe na quarta-feira (26).

Os soteropolitanos, ainda mais os empolgados com o Verão, logo sacarão o beat de pagode na música. Não é segredo a admiração do rapper paulista pela terra de Caetano, Gil, Tom Zé e tantos outros, e uma parceria no próximo álbum do ÀTTØØXXÁ já está garantida.

Além dos trechos com expressões típicas das quebradas baianas e de composições conhecidas de Harmonia do Samba, Psirico e Kannário, o artista enaltece a cultura afro-brasileira. “Boto fé na justiça de Xangô/ Não foi Eva que comeu a maçã/É quebrada é ouro, Oxum/A quebrada é Cyclone, Iansã”.

Uma breve análise do cenário político atual e alfinetadas não faltaram no hit de Rincón. Ele lembra o episódio do atentado contra Bolsonaro nas eleições e brinca com refrões do Príncipe do Guetto.

“Onde se destaca teatro com faca/Sinceramente, não me comovo/É tudo nosso e nada deles/Depois de nóis, é nóis de novo”. Rincón também prova que está por dentro até das gírias mais locais, como no verso “vem cantar de galo, eu digo ‘meu ovo'”.

Ainda sobra espaço para uma homenagem a Moa do Katendê, ativista morto em discussão política durante as eleições. “Tem África no meu sangue/Evite a hemorragia/Mestre Moa descanse em paz/Eu vim pra te homenagear”.

Dono de flow e estilo únicos, o cantor relembra a importância da “sarrada” consensual, recado dado em “Ponta de Lança” (2017), e resume a mistura no seu DNA e no seu som:

“Eles querem dividir o país/Olha o rumo dessa ventania/SP mas sou Nordeste, Norte/Dupla cidadania/Música minha companhia/Muito amor pela boemia/Fodo com o rap, o funk,o pagodão/Vivo na poligamia”.

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