Publicado em 04/06/2019 às 13h20.

Com referência a ‘O Auto da Compadecida’, Hot e Oreia lançam novo clipe

MC's disparam contra Bolsonaro no single "Eu Vou", que traz Djonga como Jesus negro e paródia de cenas do filme inspirado em obra de Ariano Suassuna; confira

Luiz Felipe Fernandez
Foto: Reprodução/YouTube
Foto: Reprodução/YouTube

 

Os rappers mineiros Hot e Oreia, integrantes do DV Tribo, lançaram um clipe da música “Eu Vou”, com participação de Djonga, que foi ao ar nesta segunda-feira (3). Dirigido por Belle Melo e Vito Soares, o clipe traz paródias de cenas do filme “O Auto da Compadecida” (2000), de Guel Arraes, inspirado na obra de Ariano Suassuna, e a letra,  com diversas críticas ao governo Bolsonaro.

O vídeo começa com trechos da notícia da facada em Bolsonaro nas eleições, e, na sequência Hot é esfaqueado por Oreia, em referência à cena em que João Grilo é atingido por Chicó, a mando do Capitão Severino, interpretado no filme por Marco Nanini. Ao invés da gaita mágica que “ressuscita” João Grilo, Hot levanta quando encerra a parte de Oreia e começa a sua.

“Repudiam dread, preto, arte, gay e trans, beck/Bolsa, pobre, camelô, índio, nóis é flex/Não gostam de pessoas, só de branco nerd […] O Demo é um mito e eu sou o seu sócio/Ó tio, cê tá me dando medo/Disseminando o ódio, coitado do primo preto/Fake news e zap zap, vicia que nem baque/Cê tá possuído, pior que kkkkkkk-crack”, diz trecho cantado por Oreia. No refrão, o músico avisa que vai “trocar” de país, “tentar ser mais feliz, militar eu nunca quis”.

Considerado um dos maiores nomes da nova geração do rap nacional, Djonga, conterrâneo de Hot e Oreia, surge no clipe como um Jesus negro, assim como em “O Auto da Compadecida”, quando os personagens são colocados a frente de Jesus, disfarçado de um morador em situação de rua.

“É, o som era sobre Bolsonaro/Alguns amam, outros detestam, tipo mastigar cebola/Só que não falam de quem da boca sai merda/E que de tanto falar merda, hoje a merda sai pela bolsa”, diz Djonga, em alusão à bolsa de colostomia usada pelo presidente da República após o atentado durante as eleições.

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