Publicado em 25/06/2019 às 08h48.

Crítico do governo Bolsonaro, Paulo Henrique Amorim é afastado da RecordTV

Após 14 anos no ar, jornalista de esquerda dono do blog Conversa Fiada segue "à disposição para novos projetos", diz nota publicada pela emissora

Redação
Foto: Reprodução/Twitter
Foto: Reprodução/Twitter

 

Um dos jornalistas mais conhecidos do Brasil, o veterano Paulo Henrique Amorim foi afastado da RecordTV após 14 anos no ar no comando do Domingo Espetacular. Dono do blog Conversa Fiada e crítico do governo Bolsonaro e do ministro Sergio Moro, o apresentador sofre uma grande pressão desde 2014, quando a polarização política se acirrou no país.

Segundo informações do Notícias da TV, do UOL, Paulo Henrique se reuniu com a Record na última segunda-feira (24), quando foi comunicado que estaria de fora do programa. O jornalista, que tem contrato até 2021, não será demitido e deve permanecer “à disposição” da emissora para eventuais “projetos”.

“Paulo Henrique Amorim deixa o programa e permanece na emissora à disposição para novos projetos”, diz trecho da nota oficial publicada pela RecordTV. O texto anuncia ainda que o Domingo Espetacular, a partir do próximo domingo (30), será apresentador por Patrícia Costa e Eduardo Ribeiro.

“As mudanças fazem parte do processo de reformulação do jornalismo da Record TV, que está sendo implementado pelo vice-presidente de jornalismo da Record TV, Antonio Guerreiro, desde janeiro deste ano”, finaliza a nota.

O repórter especial com passagens pelo Jornal da Record, Eduardo Ribeiro foi promovido ainda em março para o Domingo Espetacular, o que já indicava a saída de Paulo Henrique Amorim. Ribeiro, inclusive, foi o primeiro jornalista da emissora a entrevistar o presidente Jair Bolsonaro (PSL), logo após a sua vitória nas eleições.

Paulo Henrique Amorim é um dos responsáveis por popularizar o termo PIG, Partido da Imprensa Golpista, formado segundo ele por veículos como a Rede Globo e a Veja.

“É o partido formado pela Globo e por suas subsidiarias, a Folha e a Veja, que norteiam o golpe contra governos trabalhistas. Foi assim com Vargas, Juscelino, com Jango e agora com a Dilma e o Lula. Essa expressão veio com o Ferro [deputado]. Ele fez um artigo sobre o partido da imprensa. Depois eu achei melhor chamar de PIG, que em inglês é porco”, explicou em entrevista à Rádio Metrópole, em 2015.

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