Publicado em 27/03/2017 às 11h08.

Justiça proíbe publicação de livro de Eduardo Cunha ‘terceirizado’

"Diário da Cadeia – com trechos da obra inédita Impeachment", da Editora Record, é assinado por um falso Cunha e foi censurado a pedido do próprio deputado cassado

James Martins

Um livro assinado por Eduardo Cunha, intitulado “Diário da Cadeia – com trechos da obra inédita Impeachment”, da Editora Record, foi censurado pela Justiça e não pode ser vendido, distribuído nem entregue. Trata-se, na verdade, da obra de um pseudônimo, como se lê na capa, e não da autoria do deputado federal cassado e preso em Curitiba pela operação Lava Jato.

A ordem partiu da juíza Ledir Dias de Araújo, da 13ª Vara Cível do Rio de Janeiro. Ela inclusive estabeleceu uma multa diária de R$ 400 mil em caso de descumprimento da decisão. A magistrada determinou também a retirada de informações do livro do site da editora.

Em nota, a Record informou que, em razão da decisão judicial, interrompeu a circulação da obra, mas recorrerá. “Estamos envidando todos os esforços para obter a revogação da Tutela Provisória de Urgência”, diz a nota. O livro seria publicado nesta segunda-feira (27).

O pedido para proibição partiu de Eduardo Cunha, o verdadeiro, por meio dos seus advogados. Na ação, eles argumentam que o livro é “uma estratégia comercial ardil e inescrupulosa dos réus, através da qual, aproveitando-se da expectativa pública de um livro que Eduardo Cunha noticiou estar a produzir sobre o impeachment, proferem, em seu nome, com redação em primeira pessoa, as mais variadas suposições e opiniões sobre a política nacional, escarnecendo sua imagem”.

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A defesa afirmou ainda que a obra pretende aparentar que o ex-parlamentar seria o verdadeiro escritor, “utilizando-se de sua notoriedade pública para proferir inverdades que maculam a personalidade do autor e de terceiros”.

A nota da Editora Record é a seguinte:

“Em cumprimento à decisão judicial relacionada ao livro “Diário da Cadeia – Com Trechos da Obra Inédita Impeachment – Eduardo Cunha (PSEUDÔNIMO)”, processo nº 0063612-11.2017.8.19.0001, em trâmite na 13ª Vara Cível da Comarca da Capital do Rio de Janeiro, a Editora Record interrompeu imediatamente a circulação da obra.

Estamos envidando todos os esforços para obter a revogação da Tutela Provisória de Urgência.

Solicitamos que, por gentileza, não sejam publicados ou reproduzidos trechos da obra citada”.

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