Publicado em 15/04/2018 às 16h00.

KondZilla: ‘Favela não é só moleque sem camisa com uma AK-47 na mão’

Diretor anunciou uma série em parceria com a Netflix para mostrar a realidade da favela de São Paulo

Bianca Andrade
Reprodução: Instagram
Reprodução: Instagram

 

Com cerca de 31 milhões de inscritos e 10 bilhões de visualizações, o maior canal do Youtube no País, o paulista Konrad Dantas de 29 anos, diretor, produtor e roteirista, mais conhecido como KondZilla, mostrou que o Brasil está bem representado ao redor do mundo, sendo um dos maiores canais de música na plataforma.

O nome pode até ser estranho para quem não é muito fã das novas tecnologias, mas uma boa parte do sucesso dos artistas atuais se dá pela mega produção feita pelo paulista e toda sua equipe em clipes que chegam as plataformas digitais com qualidade digna de cinema.

Convidado da primeira edição do Caifornia Labs, evento idealizado pela Agência California e California Media House, que aconteceu neste sábado (1) na Casa Salvador, KondZilla, que hoje é o produtor audiovisual mais buscado no mercado, revelou um pouco sobre o seu próximo e aguardado trabalho, ‘Sintonia’, uma série de ficção em parceria com a Netflix onde ele vai contar, entre outras coisas, histórias de jovens da periferia paulistana e a relação que eles tem com o funk.

O bahia.ba esteve presente no evento e trouxe um pouquinho mais sobre o produto, que só será lançado na plataforma de streaming em 2019.

O anúncio da série a quatro semanas atrás, que contará em oito episódios a história de três personagens, Doni, Nando e Rita, amigos que cresceram juntos e tiveram a suas vidas transformadas por diferentes aspectos da periferia, foi o suficiente para deixar internautas e espectadores eufóricos com a produção.

“O Rio de Janeiro já tem essa característica mais forte, muitas obras cinematográficas são feitas lá nas favelas do Rio, mas eu queria mostrar um pouco como é que são as favelas de São Paulo envolvendo o tráfico de drogas, baile funk, religião, são três coisas que eu vi de perto, vi algumas coisas acontecendo”, contou Konrad.

O projeto é um sonho antigo de KondZilla, que desde criança já pensava em traduzir a sua realidade para o big screen. “Eu sempre pensei desde que eu era moleque que se eu fosse cineasta um dia eu iria passar para a tela toda essa sensação, todo esse sentimento. Eu queria contar uma história em que muitas pessoas se identificassem e tivessem curiosidade em conhecer porque traz um fascínio esse tema”.

E como levar para a tela algo diferente do que já foi apresentado por outros cineastas em filmes que se aproximam da realidade vivida pelos moradores da periferia paulistana? Konrad afirma que a visão de quem vivenciou tudo aquilo é o principal diferencial.

“Vocês sabem que o audiovisual que tem mais prestígio como cinema é uma coisa muito elitista. A galera que teve a oportunidade de estudar em vários lugares do mundo, não só do Brasil, diferente de nós, então, como eles enxergam a favela é de um jeito diferente, de como nós enxergamos porque nós vivemos aquilo. É esse olhar que eu quero trazer para a série, de quem viveu tudo aquilo e não de quem acha que a favela é de um jeito e que no Rio só tem moleque sem camisa. de havaianas e com uma AK-47”, finalizou.

Ficou curioso né? Só ano que vem para poder assistir, por enquanto nos resta assistir um dos 689 videoclipes do KondZilla em seu canal. Ah vai lá que é uma experiência boa!

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