Publicado em 11/05/2018 às 17h00.

‘Responsabilidade muito grande’, diz 1ª atriz transexual em Malhação

Mesmo não fazendo parte do núcleo principal da trama, Gabriela Loran conquistou o público com sua história

Redação
Reprodução: Facebook
Reprodução: Facebook

 

Representatividade importa e a participação de Gabriela Loran em ‘Malhação – Vidas Brasileiras’, mostrou a necessidade de artistas transexuais nas tramas atuais.

A primeira transexual a estar em Malhação, Gabriela revela que a visibilidade que novela, no ar a mais de 20 anos, traz para o movimento é imensuravel. “A importância de ser a primeira atriz trans em Malhação é enorme. Tem uma responsabilidade muito grande, porque estou representando um monte de gente que não se sentia representada. Tanto que recebo mensagens de meninas que voltaram a assistir a TV por conta disso. E não só para nós, pessoas trans, como também para pessoas que não entendem e que não conhecem”, contou em entrevista ao site Notícias da TV.

Apesar de não fazer parte do elenco principal da trama adolescente, a personagem de Loran se tornou destaque nas redes sociais. “Quando a Gabi Medeiros [produtora de elenco] me convidou para fazer o teste eu já sabia que era a minha vez. Sabia. Porque quando eu li a descrição da personagem, era muito parecida comigo. Fiquei muito feliz logo de cara”, disse.

Na trama, Priscila, sua personagem, é uma espécie de guia para o amigo Leandro, que sofreu bullying dos colegas após se vestir de mulher para dançar em uma boate.

A personagem fala abertamente sobre o seu gênero e não é vitima de preconceito por parte dos alunos da escola, cenário central da novela.

Fora das telinhas o problema se inverte. A jovem de 24 anos, que contou com o apoio dos amigos e da família no momento de transição, conta que tenta tratar o preconceito de forma sutil, mas não descarta se defender através de um processo. “Sei que tem leis que me defendem. Quando me sinto constrangida em algum ambiente eu procuro sempre me embasar em leis. Não grito e não faço escândalo. Mostro para a pessoa que ela está equivocada e tento inverter o papel, mostrar que sou um ser humano e que ela está tendo uma atitude ignorante. Na maioria das vezes saio bem-sucedida na modificação do indivíduo. Mas quando é uma pessoa muito ignorante eu não perco o meu tempo. Ou viro as costas e saio andando, ou filmo [o agressor] e processo”, afirmou.

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