Publicado em 21/08/2016 às 14h00.

Espírito olímpico quebra paradigmas na Rio 2016

Teve de tudo um pouco nas pouco mais de duas semanas da Olimpíada, de gestos de solidariedade a pedidos de casamento em plena arena

João Brandão
Foto: Heuler Andrey/Agif/Estadão Conteúdo
Da abertura, no dia 5, às últimas competições deste domingo, o que não falta é história para contar na Rio 2016 (Foto: Heuler Andrey/Agif/Estadão Conteúdo)

 

Teve espírito olímpico na terra canarinho. Teve gente que deixou prova de lado para ajudar companheira. Teve atleta que esqueceu guerra entre países e tirou selfie com “inimiga”. Teve troca de mascote da competição. Teve pedido de casamento hétero e gay. Assalto forjado e ataque real. Vaias, aplausos, manifestações racistas e uma ou outra atitude contrária ao espírito olímpico. Mas, para quem viveu a maratona destes  17 dias dos jogos olímpicos do Rio –  como personagem ou mero espectador – o que não falta é história para contar. Pelo menos pelos próximos quatro anos, quando a pira olímpica volta a ser acesa na Tokio 2020, no Japão. Confira aqui alguns momentos.

 

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Foto: Reuters

 

Te ajudo, colega –  A cinco voltas do fim da semifinal dos 5 mil metros, a corredora Nikki Hamblin, da Nova Zelândia, caiu, provocando a queda da americana Abbey D’Agostino. A atleta dos Estados Unidos esqueceu por um momento a disputa e não hesitou em ajudar a companheira a se levantar. A neozelandesa resolveu prosseguir, mas Abbey, que a socorrera, não conseguiu. Foi a vez de Nikki ajudar quem já tinha lhe ajudado. Abbey foi a última a chegar, mais de dois minutos depois da vencedora, e foi recebida com um abraço por Nikki.

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Foto: El Pais

 

Guerra? Que guerra? – A guerra entre as Coreias do Norte e do Sul acabou há 63 anos, mas a situação diplomática entre os dois países nunca voltou ao normal. As relações entre as nações continuam sendo hostis. Durante a Olimpíada, entretanto, as ginastas Lee Eun-ju (Coreia do Sul) e Hong Un Jong (Coreia do Norte) deixaram a rivalidade de lado e foram só amor. Conversaram e riram, sempre juntas durante os treinamentos, e imortalizaram a convivência na pista com uma selfie.

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Foto: Agência Brasil

 

Desbancou –  O mascote da Rio 2016 todo mundo já sabe: Vinicius, um bonequinho inspirado na fauna brasileira, com influências variadas de cultura pop, elementos da animação e de personagens. Mas quem roubou a cena mesmo foi a ginasta brasileira Flávia Saraiva, que não conquistou nenhuma medalha, mas ganhou o coração da torcida brasileira. A jovem de 16 anos e 1m33 de altura, ficou em quinto lugar na final da trave de equilíbrio, mas, dona de um carisma e humildade enormes, cativou a todos, ofuscando o brilho do boneco oficial dos Jogos Perdeu, Vinicius, perdeu!

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Foto: Agência Brasil

 

Sim, aceito! – O amor, definitivamente, estava no ar nesta Olimpíada. Tanto que houve espaço para pedidos de casamento em pleno local de competições. No dia 8, uma segunda-feira, a atleta do rugby Isadora Cerullo, 25 anos, filha de brasileiros e nascida nos EUA, ouviu da namorada Marjorie Enya, a frase emblemática: “Você aceita casar comigo?”. Entre lágrimas e diante de uma plateia entusiasmada, ela disse “sim”. Quase uma semana depois, no domingo (14) foi a vez da saltadora Zi He, medalha de prata, ouvir do namorado – o também saltador Kai Qin – a frase sonhada. Como manda a etiqueta nupcial, ele fez o pedido de joelhos e com o anel de noivado em mãos. Tim-tim. Vida longa aos noivos.

Foto: Reprodução Twitter
Foto: Reprodução Twitter

 

Solidariedade – O espírito olímpico também tocou a atleta holandesa de hipismo, Adelinde Cornelissen – que ganhou medalhas de prata e bronze na olimpíada de Londres. Ela desistiu de competir na Rio 2016 para poupar seu cavalo, Parzival, acometido de um problema de saúde, após ser picado por um inseto, às vésperas da prova de ballet dos equinos. “Eu dormi nos estábulos e fiquei verificando se Parzival estava bem a cada hora. Eu não iria deixá-lo sozinho”, disse Adelinde no seu Twitter. Embora o animal tenha sido liberado pelos veterinários, a atleta abriu mão da competição ao perceber que o companheiro ainda estava debilitado. Palmas para ela!

Foto: Alex Silva/ Estadão Conteúdo
Foto: Alex Silva/ Estadão Conteúdo

 

Empurrão baiano – Foi na terra do dendê que os meninos da seleção brasileira começaram a arrancada do ouro inédito. Não, não foi na Bahia que a equipe canarinho estreou, mas não tinha feito boas apresentações nas duas primeiras partidas da fase de grupo. O povo baiano esqueceu que o grupo vinha de maus resultados e apoiou Neymar & Cia do início ao fim na Arena Fonte Nova.  Daqui, só foi alegria até conquistar o ouro no sábado (20), no Estádio no Maracanã, no Rio de Janeiro.

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