Publicado em 30/04/2018 às 11h00.

Ex-técnico da seleção de ginástica é acusado de abusar de 40 jovens

Fernando Lopes já estava afastado há dois anos por uma denúncia; agora, pelo menos dez atletas resolveram levar casos antigos à Justiça

Redação
Foto: Reprodução/TV Globo
Foto: Reprodução/TV Globo

 

Desligado da seleção brasileira de ginastica artística há dois anos por uma denúncia de abuso sexual, o técnico Fernando de Carvalho Lopes agora é acusado por cerca de 40 jovens que afirmam também ter sido vítimas dos abusos. Atletas e ex-atletas resolveram se manifestar, no caso exibido pela reportagem do Fantástico que foi ao ar neste domingo (29). Apenas dez vítimas resolveram levar o caso à Justiça. Todos alegam que Fernando se aproveitou da imaturidade e pouca idade deles, para tocá-los no treinamento. Um dos poucos que resolveu tornar público o abuso foi Petrix Barbosa, campeão pan-americano por equipes em 2011. Ele foi treinado por Fernando no Clube Mesc, em São Paulo, dos 6 aos 13 anos:

“Já acordei com ele, não sei quantas vezes, com a mão dentro da minha calça”, contou Petrix, que atualmente treina nos Estados Unidos. Em janeiro deste ano, um comentário do ginasta nas redes sociais sobre o caso do treinador da seleção americana – Larry Nassar, acusado de abusar sexualmente de 386 meninas – já havia chamado atenção.

“Já pensou se todos os depoimentos no Brasil começarem a aparecer tbm…os números seriam bem curiosos!!! E todos aqueles que fecharam os olhos e fingiram não saber, ou decidiram fazer piadas…continuariam a se fazer de cegos e fingindo ser politicamente corretos! #prontofalei”, escreveu na época. O comentário deu início a reportagem. Fernando de Carvalho Lopes sempre trabalhou com garotos e homens. Em 2016, quando foi afastado da equipe olímpica após ser denunciado por um menor de idade, ele treinava o medalhista olímpico, Dyego Hipólito. Em dois anos, o processo não andou muito, mas volto à tona com a investigação e os novos depoimentos. O treinador nega todas as acusações.

“Acho que eu tive um problema de ser um cara que muitas vezes misturei, de achar que era mais do que um técnico. Então, isso talvez tenha dado uma margem de interpretação errada. Eu tenho minha consciência limpa no que diz respeito que eu nunca estuprei, que eu nunca molestei ninguém num intuito como está sendo colocado, entendeu?”, garantiu.

As vítimas afirmaram que o caso era de conhecimento de outros funcionários, técnicos e responsáveis pelos clubes: todos negam. A Confederação Brasileira de Ginástica disse que nunca teve notícias dos fatos.

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