Publicado em 16/06/2019 às 08h00.

Advogados da Lava Jato afirmam que nunca tiveram o telefone de Moro

Defensores ainda dizem que nunca tiveram abertura para pedir audiências ao atual ministro

Redação
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

 

Oito advogados que participaram de dezenas de casos relevantes para a Lava Jato disseram ao jornal Folha de S.Paulo que nunca tiveram telefone ou abertura para pedir audiências com o ex-juiz Sérgio Moro.

Segundo os defensores, a relação deles com Moro era diferente do que aparece nas mensagens entre o atual ministro e o procurador Deltan Dallagnol, segundo o The Intercept.

A Folha consultou advogados de renome, ligados a réus ou delatores, com significativa atuação na 13ª Vara. O jornal  fez a eles as mesmas perguntas, sob garantia de anonimato —há casos ainda pendentes.

Um dos ouvidos fez defesa da atuação de Moro. Disse que manteve por anos relação impessoal com o ex-juiz e que considerava o trabalho dele sério. No fim, emendou: “Agora, que houve erro na condução da Lava Jato, houve”.

Moro disse em recente entrevista ao Estado de S. Paulo que “esses aplicativos de mensagens, eles apenas aceleram a comunicação”. “Isso de o juiz receber procuradores, delegados (…), de juiz receber advogados, acontece o tempo todo”.

Alberto Zacharias Toron

Crítico de aspectos da Lava Jato há tempos, o criminalista Alberto Zacharias Toron abriu mão do anonimato e falou abertamente sobre o assunto. Ele diz que as audiências com Moro ocorriam no ambiente “mais formal possível”.

“Ele nunca se mostrou acessível. Não era sujeito de sorrisos. As respostas eram secas e evasivas.” Toron despachou uma vez como Moro, “por insistência do cliente, já que eu achava que seria inútil”.

 

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