Publicado em 12/04/2019 às 16h14.

‘Amigo do amigo do meu pai’ é Dias Toffoli, explica Marcelo Odebrecht à PF

Em e-mail de julho de 2007, o empresário pergunta aos executivos Adriana Maia e Irineu Meireles: “Afinal vocês fecharam com o amigo do amigo de meu pai?”

Redação
Brasília -  Carmem Lucia e o Dias Toffoli participam do encerramento do XI Encontro Nacional do Poder Judiciário onde o CNJ divulga as metas do Judiciário em 2017 e 2018 (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

 

Ao explicar codinomes citados em e-mails apreendidos em seu computador, o empresário Marcelo Odebrecht esclareceu à Polícia Federal que a expressão “amigo do amigo do meu pai” é uma referência ao ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em mensagem eletrônica datada de 13 de julho de 2007, Marcelo pergunta aos executivos Adriana Maia e Irineu Meireles: “Afinal vocês fecharam com o amigo do amigo de meu pai?”. Na época, Toffoli era advogado-geral da União, no governo do ex-presidente Lula.

Segundo o Estadão, a explicação dada pelo empresário à PF faz parte do acordo de delação premiada firmado com a Procuradoria-Geral da República (PGR).

“Refere-se a tratativas que Adriano Maia tinha com a AGU sobre temas envolvendo as hidrelétricas do Rio Madeira. ‘Amigo do amigo de meu pai’ se refere a José Antônio Dias Toffoli. A natureza e o conteúdo dessas tratativas, porém, só podem ser devidamente esclarecidos por Adriano Maia, que as conduziu”, afirmou Marcelo.

Após passar dois anos preso em Curitiba, o empresário está desde dezembro de 2017 em prisão domiciliar.

Procurado, o STF não se manifestou. Interlocutores de Toffoli argumentam que a troca de e-mails já era de conhecimento público desde o ano passado.

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