‘Dinheiro público foi convertido em roupas de grife’, diz MPF
Declaração é sobre gastos de Cláudia Cruz, mulher de Eduardo Cunha. Ela e mais 3 pessoas viraram rés em ação da Lava Jato
O coordenador da força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF), Deltan Dallagnol, da Operação Lava Jato,, disse, nesta quinta-feira (9), que “dinheiro público foi convertido em sapatos de luxo e roupas de grife”. Ele se referiu ao dinheiro de propina transferido para uma das contas de Eduardo Cunha (PMDB) na Suíça e que teria sido utilizado pela mulher dele, Cláudia Cruz. Nesta quinta, ela passou a configurar como ré após o juiz federal Sérgio Moro aceitar a denúncia do MPF por lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Segundo as investigações, Cláudia Cruz se favoreceu, por meio de contas na Suíça, de parte de valores de uma propina de cerca de US$ 1,5 milhão recebida pelo marido. Inclusive, ela chegou a dizer que fazia compras de luxo no exterior, com autorização do marido.
O presidente afastado da Câmara dos Deputados, no entanto, saiu em defesa da mulher e em nota À imprensa afirmou que as contas de Cláudia estavam “dentro das normas da legislação brasileira”, que foram declaradas às autoridades e que não foram abastecidas por recursos ilícitos.
Mas a força tarefa da operação tem como prova de acusação os extratos dos cartões de crédito da mulher de Cunha. Eles mostram gastos em lojas de grife de luxo como Chanel, Dior, Louis Vuitton, Prada, Balenciaga dentre outras. Em janeiro de 2014, por exemplo, há registro de uma compra de US$ 7,7 mil em loja da Chanel em Paris, e outra de U$S 2,6 mil na Christian Dior da mesma cidade. Há ainda compras em outras cidades, como Roma, Veneza, Lisboa, Dubai, Nova York e Miami.
Cláudia Cruz e outras três pessoas passam a ser rés em uma ação penal que se originou a partir da Lava Jato. Os outros são o empresário português Idalécio de Castro Rodrigues de Oliveira, o lobista João Augusto Rezende Henriques, e o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada.
Para o MPF, a investigação deixou claro que Cruz tinha consciência da existência da conta. “A investigação teve convicção de que havia consciência e vontade da pessoa de Cláudia Cruz em razão dos diversos elementos circunstanciais que envolveram os fatos. Por exemplo, ela assinou documentos de abertura da conta e omitiu das autoridades fazendárias brasileiras, omitiu do Banco Central e da Receita Federal a existência dessa conta”, afirmou o procurador Diogo Castor de Mattos.
O juiz Sérgio Moro também determinou que o órgão se manifestasse sobre a filha de Cunha, Danielle Dyitz Cunha. O nome dela foi citado na denúncia do Superior Tribunal Federal (STF) – apesar de nem ela nem a mãe terem sido denunciadas pelo tribunal – mas não apareceu na denúncia do MPF.
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