Entre os políticos brasileiros, morte de Fidel desperta reações distintas
Para ultraconservadores, falecimento do líder cubano é motivo de comemoração; progressistas lamentam e manifestam pesar
A morte do ex-líder cubano Fidel Castro gerou reações bem diferentes entre os políticos brasileiros. Uma das manifestações mais contundentes foi a comemoração do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que é membro da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, que o classificou de “exterminador de liberdades”. “Fidel Castro, um grande exterminador de liberdades e promotor da miséria do mundo todo, certamente terá, ao lado de ídolos do PT, PCdoB e PSOL uma estadia eterna nas profundezas do inferno”, disse Bolsonaro em vídeo.
Do outro lado do campo político, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, se referiu a Fidel como “comandante” – termo usado pelos cubanos que apoiam o governo. “Fidel foi um dos grandes personagens políticos da América Latina e do mundo do nosso tempo. A Revolução Cubana que conduziu junto com outros dirigentes de seu país foi uma realização do direito à autodeterminação dos povos, da busca da igualdade e justiça social e de defesa intransigente de seu país diante de ingerências externas”, disse Falcão em nota.
Rui Falcão definiu o ex-presidente cubano como “amigo do Brasil e do PT”. “Junto com Lula, (Fidel Castro) foi idealizador do Foro de São Paulo. Nos solidarizamos, neste momento de perda e tristeza, com seus familiares, companheiros de partido e, sobretudo, com o povo cubano”, finalizou.
O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), lamentou a morte do líder em tom respeitoso. “Em nome do Congresso Nacional, lamento a morte de Fidel Castro que, a despeito de suas convicções e ideologias políticas, foi um homem que marcou a história mundial. Em momentos como este, devemos nos lembrar que posições políticas diferentes, desde que respeitados valores democráticos, contribuem para enriquecer nossa história”, declarou por nota.
‘Ditador insano’ – Entre as demais demonstrações, o ex-deputado tucano Xico Graziano, que foi auxiliar direto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, usou as redes sociais para chamar o líder cubano de “ditador insano”. “Fidel Castro surgiu como herói libertário e morreu como ditador insano. Triste fim de um mito da esquerda. A história não o absolverá”, escreveu.
Já o vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores na Câmara, o tucano Luiz Carlos Hauly (PR), disse que o desaparecimento de Fidel Castro representa o fim da utopia comunista. “Acho que, com a morte de Fidel, morre a ilusão do comunismo no mundo”, comentou.
‘Ícone de gerações’ – A presidente nacional do PCdoB, deputada Luciana Santos (PE), disse em nota que o partido se rendia “à tristeza natural pela despedida a um grande líder, ao mesmo tempo nos inspiramos em seu pensamento e seu legado para transformar a lágrima em prática revolucionária, para transformar o luto em luta”. “Ícone de gerações, Fidel embalou os sonhos daqueles que acreditam que esse mundo tem jeito”, destacou na mensagem. O vice-presidente nacional do PT, Alberto C00ntalice, também lamentou. “A história sempre faz justiça. A justiça verdadeira, não a dos justiceiros, dos hipócritas. Viva Fidel!!!”, disse.
Embora não seja político, mas com grande influência no mundo político, o líder da Igreja Assembleia de Deus, Silas Malafaia, destacou o caráter ditador de Fidel Castro. “O ser humano foi criado para ser livre. Nada, absolutamente nada, é mais importante do que a liberdade de um povo.Fidel foi um ditador cruel”, escreveu no Twitter.
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