Publicado em 19/03/2019 às 12h45.

Ilha do Urubu, justiça dá liminar que devolve as terras aos donos

A novela não acabou. Só ganhou novo capítulo

Levi Vasconcelos

Lembra do caso da Ilha do Urubu? Recapitulando: trata-se de um pedaço de terra com 56 hectares com o nome de ilha, mas não o é, em Trancoso, Porto Seguro, o valorizadíssimo trecho do litoral baiano, que o Estado fatiou em duas partes e doou a empresários enquanto os herdeiros de Aloysio Soares Martin apresentavam escritura de 1964 mostrando que são os donos da terra.

O caso deu intensa repercussão. Um dos empresários beneficiados foi Gregório Preciado, que nunca pisou lá, mas usava o título para tomar empréstimos bancários. Outro foi o belga Philippe Meeus, que comprou das mãos de Crisnandes Gonçalves Alves.

Rede de intrigas

Do caso resultou uma intensa rede que envolveu fraudes em cartórios, na justiça, com políticos metidos até o pescoço e ameaças de morte aos herdeiros liderados por D. Valdeita de Jesus Martins dos Santos, amplamente divulgados, e só agora, mais de 11 anos depois do início da judicialização, finalmente a justiça se pronunciou.

O juiz Pedro Rogério Castro Godinho, de Porto Seguro, no último dia 7, concedeu liminar reconhecendo o direito dos herdeiros, o que bloqueia os outros títulos, inclusive os cedidos pelo Estado, que segundo parecer da PGE, foram cedidos irregularmente e de acordo com os advogados dos herdeiros, gerou outros documentos por meios fraudulentos.

Mas a novela não acabou. Só ganhou novo capítulo.